Após 22 dias de campanha salarial, 93% das agências da Região estão sem atendimento; rodada de negociação deve ser concluída nesta quarta-feira
A greve dos bancários atingiu a marca história de 93% de adesão na Região de Jundiaí em seu 22º dia, com 112 das 120 agências fechadas para atendimento ao público. Uma nova rodada de negociações foi iniciada nesta terça-feira, às 14h, em São Paulo, mas segundo o presidente do Sindicato dos Bancários local, Douglas Yamagata, a expectativa é de que as conversas se estendam até amanhã. “É possível que a negociação não termine hoje. Esperamos que a Fenaban desta vez apresente uma nova proposta aceitável”, destacou.
De acordo com Yamagata, é lamentável que os bancos não ofereçam sequer as perdas com a inflação no período. “Apesar da crise, os bancos continuam com lucros exorbitantes, tendo faturado mais de R$ 30 bilhões em apenas seis meses”, disse.
O representante da categoria na Região ressaltou, ainda, que a greve não é só por melhores salários. “A vida do bancário está cada vez mais complicada nas agências por conta da pressão pelo cumprimento de metas abusivas e falta de funcionários. Grande parte sofre com problemas psicológicos, o que leva a categoria a ser a campeã de afastamentos no INSS”, comentou.
Além dos problemas causados pela pressão psicológica, completou Yamagata, os bancários também sofrem com a falta de segurança no exercício da profissão. “Eles correm o risco diário de sequestro, risco que se estende, inclusive, aos seus familiares”.
Ainda de acordo com o sindicato, só é possível encontrar agências abertas em Jundiaí no Caxambu (Itaú), Maxi Shopping (Bradesco) e Vila Rami (Itaú). Em Várzea Paulista, a agência do Itaú segue aberta. Em Jarinu também é possível encontrar atendimento.
Reivindicações
Entre as reivindicações dos trabalhadores estão reajuste salarial de 14,78% (incluindo reposição da inflação mais 5% de aumento real), além de melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários. Mais informações no site do sindicato (www.bancariosjundiai.com.br).
Proposta da Fenaban rejeitada na mesa de negociação do dia 09/09
Reajuste de 7% (representa perda de 2,39% para os bancários em relação à inflação de 9,62%).
Abono de R$ 3.300,00 (parcela única, não incorporado aos salários).
Piso portaria após 90 dias – R$ 1.474,05.
Piso escritório após 90 dias – R$ 2.114,43.
Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.856,31 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 2.163,31, limitado a R$ 11.605,13. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.531,27.
PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.326,63.
Antecipação da PLR – Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 02/03/2017. Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.297,99, limitado a R$ 6.963,08 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro. Parcela adicional equivalente a 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2016, limitado a R$ 2.163,31.
Auxílio-refeição – R$ 31,71.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 525,96.
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 422,33.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 361,30.
Vale-Cultura R$ 50 (mantido até 31/12/2016, quando expira o benefício).
Gratificação de compensador de cheques – R$ 164,12.
Requalificação profissional – R$ 1.444,18.
Auxílio-funeral – R$ 966,02.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 144.500,53.
Ajuda deslocamento noturno – R$ 101,15.
Fonte: Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região