Grandes instituições têm projetos agressivos para ampliar número de pontos de atendimento no Brasil inteiro. Objetivo é conquistar novos correntistas e ampliar volume das operações de crédito e serviços. O crescimento acelerado da economia em 2010, com o PIB (Produto Interno Bruto) tendo uma expansão de mais de 6% no ano, tem animado os grandes bancos a ampliarem mais ainda a sua rede de agências. A aposta é que o crescimento econômico possibilitará a continuidade da ascensão econômica dos brasileiros e, consequentemente, uma parcela antes fora do sistema bancário ficará cada vez mais no alvo dessas instituições. Nos planos de abertura de agências, anunciados pelos bancos privados durante a divulgação de resultados do primeiro trimestre, a ideia é abrir novos pontos de atendimento em todo país, acompanhando a expansão da atividade econômica em cada região. “Esses planos estão baseados no crescimento econômico e na convicção de que há muita clientela nova para ser abordada”, diz o analista da Ágora Corretora, Aloísio Lemos. A avaliação, segundo Lemos, é de que há no mercado uma parcela de clientes não atendida ou que recebe um atendimento insuficiente. Por isso, há a necessidade de investimento expressivo na estrutura física dos bancos. “Com o crescimento econômico, a expansão das redes acontece de forma natural.” Com foco no crescimento do crédito em 2010, o Bradesco, por exemplo, quer abrir 270 novas agências até dezembro. Além disso, o objetivo é captar dois milhões de novos correntistas. “Um cenário benigno na economia possibilita maior atuação do banco e redução do risco de crédito”, afirmou, durante teleconferência, o vice-presidente do banco, Domingos Abreu. Já com os recursos da oferta de ações na mão, o Santander é que tem o plano mais agressivo no médio. São 150 novos pontos de atendimento tradicionais em 2010, somando 600 até 2013. “Do plano deste ano, a maioria já está em fase de locação, sendo que as entregas ficarão concentradas no quarto trimestre”, explicou o vice-presidente executivo de Finanças, Carlos Galan. No Itaú Unibanco, os planos também passam pela abertura de novas agências. A previsão é abrir 150 novas até o final do ano. “Vamos abrir uma quantidade expressiva de novas agências”, diz o diretor corporativo de Controladoria, Rogério Calderon. Além disso, a maior instituição privada do Brasil espera concluir a migração das agências do Unibanco para a bandeira Itaú até dezembro. Públicos também crescem Entre os públicos, também há a expectativa de abertura de novas agências. O Banco do Brasil (BB) divulgou no início do ano, antes de entrar em período de silêncio, que planeja abrir 200 novas agências ao longo do ano, quase metade delas em São Paulo. É também pelo estado paulista que a instituição iniciou o plano de melhora no relacionamento com o cliente. Daí a necessidade de novos pontos de atendimento e maior número de funcionários. Essa adequação a um novo padrão decorre do fato do banco público esperar, a partir deste ano, um forte aumento da concorrência. Para não perder clientes, será necessário estar mais presente e melhorar o atendimento. O plano de melhorar o atendimento ocorreu após uma consultoria contratada pelo BB afirmar, por meio de pesquisas, que havia falhas de atendimento no varejo e no segmento de alta renda do BB. O BB também está de olho nos novos clientes. “As classes C e D farão com que o sistema financeiro tenha uma expectativa de estreitamento de relacionamento com as pessoas físicas”, afirmou o vice-presidente Paulo Rogério Cafarelli na divulgação dos resultados. Apesar do número expressivo de novas agências, isso não significa que todas elas terão o mesmo padrão. Os bancos optam, em algumas localidades, por abrir pontos de atendimento em um espaço menor, com menos caixas e funcionários, o que facilita que a agência atinja a rentabilidade adequada. Fonte: Brasil Econômico