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Unidade é fundamental para conquistar direitos e reconstruir o país

Sindicatos precisam politizar a campanha para mostrar aos bancários que somente é possível garantir e avançar na conquista de direitos a partir da luta contra o desmonte do país

A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, declarou aberta a 26ª Conferência Nacional dos Bancários, na noite desta sexta-feira (7), com um chamado para que os trabalhadores se unam para manter os direitos atuais, conquistar novos e reconstruir um Brasil. “É importantíssimo conquistarmos aumento real e avançarmos na conquista de direitos, mas é importantíssimo reconstruirmos o Brasil que valoriza a classe trabalhadora, que é quem constrói a riqueza com seu trabalho. Para isso, devemos fortalecer as empresas e bancos públicos, que contribuem com os investimentos no setor produtivo e no desenvolvimento regional para que seja possível melhorar as condições de vida da população”, disse.

Paulo Malerba, presidente do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região está presente no encontro junto com diretoras e diretores do sindicato. Ele comentou sobre a importância de compreendermos nossa campanha salarial no contexto mais amplo: “A luta por aumento real de salário, VR, VA, PLR e outros ganhos está inserida em outra lutas: há projetos políticos que desprezam os direitos dos trabalhadores, a defesa do emprego, na regulamentação das fake news e das novas tecnologias. Sozinhos não conseguimos nada. Toda conquista é e sempre foi coletiva”.

Para Juvandia, os sindicatos têm a obrigação de politizar a Campanha Nacional, para que os bancários compreendam que o individualismo não vai reconstruir o Brasil e entendam que é preciso que haja a união da classe trabalhadora para derrotarmos o pensamento neoliberal que prega o Estado mínimo e a redução de diretos e salários. “Somente juntos será possível obter aumento real, obter novos direitos e melhorar as condições de vida da população”, disse.

Ela ressaltou que, para isso, nas eleições deste ano, os trabalhadores têm a obrigação de eleger candidatas e candidatos que tenham compromisso com a classe trabalhadora. “Ao final de nossa conferência, precisamos voltar pra casa e levar essa discussão para nossas bases. Não podemos deixar que sejam eleitos representantes do 1% da população. Temos que eleger candidatas e candidatos comprometidos com nossa pauta de reivindicações. Sem esquecer que nossa campanha não é apenas corporativa, mas sim uma campanha para o Brasil que trabalha e também para o mundo”, destacando que o mundo não pode ser calar diante do genocídio cometido por Israel contra o povo palestino.

Regulamentar o sistema financeiro

Para Juvandia, outro ponto central da Campanha dos Bancários é a regulamentação do sistema financeiro. “Isso é fundamental não apenas para lutar contra a apropriação da riqueza pelos mais ricos, mas também para evitarmos demissões e cobrar responsabilidades de bancos que atuam como bancos, mas não querem ser taxados como bancos e nem pagar os direitos da categoria bancária aos seus funcionários.”

Ela garantiu que “com nossa unidade, vamos sair daqui com uma minuta que vai permitir que a gente faça uma grande campanha com tudo o que for preciso para obtermos conquistas para a categoria e ajudarmos a reconstruir o país. E vamos fazer isso juntos. Porque o Futuro se faz agora e se faz juntos!”

Usar redes sociais a nosso favor

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro, reforçou o ponto em comum debatido nos congressos de bancos públicos e privados, que antecederam a Conferência: a importância da unidade da categoria bancária. “Uma das partes importantes é começarmos a campanha nacional com nossa unidade fortalecida. Esse é e tem sido o segredo para o nosso sucesso em tempos de crise e ataques como já enfrentamos”. Ela lembrou que esta será a primeira Campanha Nacional dos Bancários depois do golpe de 2016, sem o “desgoverno Temer e sem o governo do inominável. Vivemos um período de tantos ataques e o que nos fez resistir foi o nosso fortalecimento e a nossa unidade”, disse ela.

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região defendeu o amplo debate sobre a regulamentação do sistema financeiro nacional e o lucro gerado pelo setor e de como ela retorna para sociedade. Neiva Ribeiro destacou ainda que é essencial a categoria usar as redes sociais a seu favor, ocupando o espaço para defender suas reivindicações e se contrapor ao discurso de ódio usados pelo extremismo de direita. “Vamos usar as redes sociais a nosso favor, o futuro se constrói agora e o futuro se constrói juntos”, finalizou Neiva Ribeiro.

Outras participações

Raimundo Suzart, presidente da CUT São Paulo, destacou a importância da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e a mobilização organizada dos trabalhadores. Ele enfatizou a necessidade de um acordo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que beneficie as economias locais e defendeu que, enquanto os banqueiros lucram bilhões, os trabalhadores precisam de uma CCT robusta para garantir seus direitos. “Os bancos, diante de alta demanda, aumentam os juros; em tempos de crise, aumentam o risco, e temos observado lucros bilionários crescentes. Vocês são uma categoria com a capacidade de nos representar como uma grande referência para todo o Brasil. Os banqueiros se tornam bilionários a cada dia, portanto, precisamos de uma grande CCT que beneficie os trabalhadores”, afirmou Suzart.

Sergio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), ressaltou que o Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef) foi encerrado nesta quinta (6) com debates importantes sobre questões como fundo de pensão (a Funcef), saúde e condições de trabalho. “E nós debatemos que não existem soluções individuais e isso vale para toda a nossa campanha. Só a luta coletiva nos leva a conquistar avanços. Nós vimos como os governos Temer e Bolsonaro conseguiram destruir o que foi feito nos governos Lula e Dilma na Caixa. E nós precisamos reconstruir o Brasil e essa reconstrução passa pela Caixa e pelos bancos públicos. Vamos reconstruir esse país com a luta e unidade de toda a categoria bancária”.

Márcio Monzane, secretário Regional da UNI Américas, falou sobre a importância da negociação coletiva da categoria bancária no Brasil, destacando seu exemplo para outras partes do mundo. “Sobretudo porque o setor financeiro passa por transformações aceleradas frente às novas tecnologias, que implicam em forte pressão sobre os postos de trabalho. E os trabalhadores precisam fazer parte destas mudanças. Por isso, o modelo de negociação adotado é tão importante”, justificou. “Os resultados alcançados aqui têm grande impacto no que pensamos para a construção do futuro, pois o mundo todo tem olhado os exemplos positivos para seguir. E os bancários têm um dos melhores exemplos para contribuir no processo de construção, defesa e ampliação de direitos dos trabalhadores”, concluiu Monzane.

Matéria completa: Contraf-CUT

 

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