Em reunião na sexta-feira 12, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região cobrou do Banco Pan esclarecimentos sobre as dúvidas dos empregados quanto aos valores pagos a título de PPR (Programa Próprio de Resultados) e de PLR (Participação nos Lucros de Resultados) da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários.
São inúmeras as dúvidas dos empregados e os representantes dos trabalhadores tentaram esclarecer a maioria dos pontos com o banco, referentes à exclusão de pagamentos, de pagamentos proporcionais, de pagamentos a título de antecipação e pagamentos finais, além de questões quanto ao percentual de majoração aplicado sobre a regra básica da PLR-CCT, regras específicas, entre outros.
Foram levantadas todas as questões enviadas pelos trabalhadores ao Sindicato, sendo a maioria delas sanadas, de modo que o banco se comprometeu a enviar uma nova planilha com os pagamentos feitos aos empregados, com as respectivas justificativas explanadas na reunião.
Há casos de dúvidas sobre os valores pagos a empregados afastados, admitidos antes das datas previstas nos acordos para efetivos pagamentos, transferidos a outras empresas do grupo, etc.
Especificamente em relação ao PPR, os representantes do Sindicato abordaram os problemas de concentração dos pagamentos, as dificuldades na comunicação interna para maior transparência e clareza das regras e critérios para os pagamentos, além da obscuridade quanto às notas das avaliações, e quanto às informações desencontradas passadas apenas por gerentes às suas equipes.
Oportuno lembrar que o acordo estabelece que, mediante uma nota, o empregado receberá múltiplos salariais, sempre adicionais à regra da PLR da CCT e conforme régua definida no instrumento coletivo.
No entanto, como informado pelo Banco Pan, são realizados “feed back” aos funcionários ao longo de todo ano, pelo gestor, para acompanhamento, calibração, revisão, etc, e portanto, são dadas notas individuais quantitativas e qualitativas, além de considerar outros fatores como metas de área e metas globais. Assim, mediante a divulgação de tantas notas, o empregado não consegue definir aquela que é considerada diretamente para a aplicação do programa. Alguns, sequer sabiam onde estavam lançadas essas notas e que a nota final atribuída a ele é que seria utilizada, como média das demais avaliações.
Portanto, novamente, a orientação é que os empregados consultem a nota final no portal do banco, de modo a identificá-la, para conferir os valores pagos de PPR. Caso os empregados que acessarem o portal ainda tenham dúvidas, devem contatar o Sindicato para que a entidade possa ajudá-los.
Mediante todo esse histórico, o Sindicato cobrou o banco para que o novo acordo de PPR, a ser firmado para o exercício de 2022, seja mais claro e com regras mais objetivas, inclusive quanto a métrica da régua que relaciona a nota ao múltiplo salarial a ser recebido, de modo a evitar tantas distorções. A instituição financeira reconhece que muitos pontos precisam ser melhorados no programa.
Sindicato é contra comissão paritária sobre PPR
Embora tenha, há anos, acordo coletivo negociado com o Sindicato, o Banco Pan surpreendeu a entidade com a informação, na noite de sexta-feira 12, de que constituirá uma comissão paritária para tratar do programa próprio de PLR.
“O banco sabe que a entidade sindical é contrária a esse modelo e vamos tentar reverter esse posicionamento deles. Essa forma não funciona porque não há participação efetiva dos empregados na decisão. Não entendemos o porquê dessa mudança, mas ela não parece apontar para uma maior transparência no programa, pois deixa o Sindicato sem poder de negociar”, critica a secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro.
Outros assuntos
Em breve, nova reunião será agendada para tratar dos demais assuntos com o Pan, como demissões, denúncias sobre metas abusivas e horas extras, e também para demonstração do funcionamento do sistema adotado pelo banco para controle de jornada de seus empregados.
“O Banco Pan se comprometeu em facilitar o acesso do Sindicato aos locais de trabalho, e essa também é uma oportunidade dos empregados nos procurarem para outras dúvidas ou problemas. Para isso, é fundamental que os empregados continuem nos procurando, inclusive para denúncias de assédio e cobranças abusivas pelo cumprimento de metas. Logo teremos nova reunião com o banco e poderemos levar outras questões apontadas pelos bancários”, acrescenta Neiva.