Palestrantes da mesa “Previdência”, do 34º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, abordaram os desafios na proteção de recursos geridos para o futuro da classe trabalhadora e também para o desenvolvimento do país
O presidente da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), João Fukunaga, abriu a mesa “Previdência”, do 34º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, fazendo um balanço da conjuntura para os fundos de pensão fechados e que incluem a continuidade de ataques de setores privados, por meio de entidades reguladoras e do Congresso.
Ele também destacou que muitas pautas da Previ foram construídas nos congressos dos trabalhadores, incluindo a conquista da revisão da tabela PIP. Nesse sentido, o presidente da Previ ressaltou que o movimento sindical tem sido fundamental para a proteção dos fundos de pensão fechados. Um dos ataques ressaltados por ele está na discussão do novo arcabouço fiscal, com uma medida para a taxação dos fundos de pensão fechados.
De acordo com Silvio Rodrigues, funcionário do BB e diretor do nosso sindicato, a Previ é um patrimônio dos trabalhadores e aposentados do Banco do Brasil e deve ser defendido com veemência, pois é alvo de constante interesse por parte das empresas privadas. Atualmente, a entidade gerencia R$ 272 bilhões em recursos dos 200 mil associados e associadas, que são trabalhadores da ativa e aposentados do Banco do Brasil.
Aproximação entre Previ e Cassi
O presidente da Previ ressaltou que a entidade está desenvolvendo discussões com a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi). “Essa é uma parceria fundamental, para olhar a integralidade dos nossos associados, não apenas o pagamento de benefícios, mas todas as suas necessidades. Por isso, estamos buscando uma solução conjunta, com a nossa caixa de assistência, visando, inclusive, uma coisa que o movimento sindical nunca abandonou, que é a estratégia de saúde da família”, concluiu.
Paula Goto, diretora de Planejamento da Previ, lembrou que a Previ foi o primeiro modelo de previdência do país. “A ideia surgiu da necessidade de proteger os funcionários e seus familiares em uma época em que a expectativa de vida não chegava aos 35 anos. Muitas mudanças e desafios se apresentaram para o país e para a previdência. Neste período, a Previ serviu de modelo para a previdência oficial e para todas as outras entidades de previdência complementar e segue sendo exemplo de governança e solidez. Milhares de associados e seus familiares já passaram pela Previ. Talvez o seu número mais emblemático seja mesmo o 120, pois, no ano em que a entidade chega ao seu aniversário de 120 anos, há 120 associados centenários usufruindo de seus benefícios.”
A diretora de Planejamento reputa a robustez e solidez dos números e resultados da Previ ao que ela chama de “olhar do dono sobre o seu negócio”, pois todos os gestores e técnicos são associados da Previ. “É com o propósito de cuidar do futuro das pessoas que a Previ foi fundada e é gerida por funcionários do Banco do Brasil, associados da Previ. Desta essência deriva o seu modelo de governança, com a participação paritária de indicados pelo patrocinador Banco do Brasil e de eleitos diretamente pelos associados da Previ.”
Paula comentou ainda sobre a importância da presença feminina nos cargos mais altos do fundo. “A Previ vem aumentando consideravelmente a indicação de mulheres. Em 2015, elas eram apenas 12% das indicações. No último processo seletivo, a proporção chegou a cerca de 30%. Vale destacar que não apenas a diversidade de gênero é levada em consideração, mas também a de raça, de origem, idade e experiências.”
Marcel Barros, presidente da ANAPAR (Associação Nacional de Participantes de Fundos de Pensão e de Autogestão em Saúde), fez um discurso sobre a importância dos trabalhadores se apropriarem de seus direitos e recursos, especialmente no contexto dos fundos de pensão. Ele destacou a necessidade de uma maior conscientização e participação dos funcionários na gestão desses fundos, bem como a importância de os trabalhadores entenderem e reivindicarem o que lhes pertence.
Matéria completa no site da Contraf-CUT