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Santander quer fazer cambalacho na PLR de novo!

Santander quer reduzir PLR de novo
Banco publica balanços múltiplos e usa o mais baixo para calcular participação dos bancários no lucro



São Paulo - O Santander ataca novamente a PLR de seus funcionários usando para isso balanços múltiplos e desculpas que não convencem ninguém. Após publicar um balanço do primeiro semestre de 2009 com lucro de R$ 1,06 bilhão, onde não estavam incluídas as operações do Real, o banco publicou uma demonstração pró-forma dos resultados do grupo que apontava para um lucro de R$ 1,6 bilhão. Na primeira quinzena de outubro, porém, o banco divulgou uma “revisão do lucro” (algo absolutamente incomum no mundo financeiro) que o elevou para R$ 2,44 bilhões.

E o Santander insiste em pagar a PLR pelos R$ 1,6 bi, o que fará os bancários perderem mais de R$ 300 na antecipação da PLR referente à parcela do adicional e terem um prejuízo ainda maior no pagamento da segunda parcela, inclusive na regra básica, no início do ano que vem.

“A desculpa que deram para esse absurdo foi o lucro mais baixo ter sido apurado sob as regras brasileiras e o mais alto por regras internacionais. Mas ambos os balanços foram publicados em português e para os brasileiros. Então para quê duas regras?”, pergunta a diretora do Sindicato e funcionária do banco Rita Berlofa. Ela mesma dá a resposta. “Porque pelas normas brasileiras foi possível diminuir o lucro em mais de R$ 1 bilhão, lançando este valor como amortização do ágio pela compra do Real, ao passo que nas regras internacionais este valor foi estornado e está descrito no balanço com o valor de R$ 1,04 bilhão.”

Rita lembra da atitude do banco no ano passado, quando publicou dois balanços e pagou os trabalhadores pelo de valor mais baixo. “Não dá para engolir um lucro para inglês ver e outro menor para pagar os trabalhadores”. Ela destaca também o valor monumental desviado para provisões, de R$ 6,7 bi, algo totalmente fora da realidade. “Se revertidas as provisões e outros ajustes que o banco pratica, o lucro do banco na verdade seria de mais de R$ 8 bi, porque R$ 6,7 bi foram direcionados para provisões para possibilidade de calote, o que não é despesa. Vamos lembrar que a exclusão estes R$ 6,7 bilhões não apenas reduz a PLR mas também reduz a carga de impostos paga pelo banco. E trata-se de dinheiro  que o banco investe, que é remunerado”, alerta.

IPO – A atitude do Santander é ainda mais grave em se considerando a recente captação de R$ 14 bilhões no mercado brasileiro com a venda de ações, o que trouxe muita liquidez. “Eles gostam de ter o maior IPO do mundo, mas não se importam em dar aos seus bancários a menor PLR do sistema financeiro”.

O Sindicato vai denunciar a postura do banco para o governo, autoridades monetárias, acionistas e sindicatos mundiais. “Continuamos cobrando do Santander que respeite o Brasil e os brasileiros, algo que o banco não tem feito”, diz Rita.


Leia mais
> Carta enviada para a direção do banco sobre o tema

Danilo Pretti Di Giorgi - 26/10/2009

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