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Cerca de mil exemplares do jornal foram retirados pela segurança do Casa 1 de forma truculenta, inclusive das mesas dos bancários; na Torre, trabalhadores presenciaram seguranças recolhendo exemplares da última edição do jornal

 

De maneira arbitrária, a direção do Santander mandou apreender, na tarde dessa quarta-feira 26, cerca de mil exemplares da Folha Bancária que estavam sendo distribuídos por dirigentes sindicais a trabalhadores lotados no Casa 1/Radar, centro administrativo em Santo Amaro, zona sul. Na Torre, situada na Vila Olímpia e que abriga a sede do banco espanhol, bancários relataram que encontraram seguranças nas dependências do prédio com vários exemplares da última edição do jornal apreendidos.

No Casa 1/Radar, funcionários da segurança recolheram os jornais que estavam próximos da recepção na entrada principal, na Rua Amador Bueno, por volta das 15h. Exemplares também foram retirados arbitrariamente de cima das mesas dos bancários, sem autorização.

“Acabou de passar uma pessoa que não sei o nome, acho que um segurança, tirando todas os exemplares da Folha Bancária das mesas das pessoas. Ele pode fazer isso sem pedir autorização? Que tremenda falta de respeito!”, relatou uma bancária do Casa 1, logo após o ocorrido.

“Vi um segurança do Santander com um punhado de jornais na mão. Pedi um para ele, que me disse que estava recolhendo jornais velhos. Porém, vi que ele segurava a mesma edição distribuída um pouco antes”, relatou um bancário da Torre.

No Casa 1, segundo o dirigente sindical e bancário do Santander Roberto Paulino, outros exemplares de edições anteriores da Folha Bancária, inclusive tratando da Campanha Nacional, também foram recolhidos.

“Trata-se de uma atitude antissindical, uma tentativa de censurar o jornal ferindo a liberdade de opinião e o direito de organização dos trabalhadores. De forma autoritária, sem qualquer comunicação ou diálogo e agindo nas sombras, a direção do banco sabotou o nosso trabalho, a nossa liberdade de organização sindical, manifestação e opinião”, enfatiza o dirigente.

“A Folha Bancária era confiscada na ditadura. Daí surgiu a Folha Bancária Livre, como resistência, pois ninguém pode calar a voz dos trabalhadores e o clamor por justiça. Será que agora a direção do Santander virou saudosista dos tempos de chumbo, querendo flertar com as candidaturas autoritárias? Não conseguirão nos calar. A Folha Bancária é livre!”, acrescentou.

Alerta aos trabalhadores

A última edição da Folha Bancária traz informações relevantes sobre as eleições de outubro e um importante alerta para os trabalhadores: os parlamentares e os partidos políticos que votaram pela retirada de direitos dos trabalhadores e da população em geral. Para isso, mostra na capa os partidos que votaram a favor de medidas nefastas como a reforma trabalhista, a terceirização sem limites e a chamada PEC do Teto (Emenda Constitucional 95), que congelou investimentos da União por 20 anos, reduzindo assim recursos para áreas essenciais como saúde e educação.

Confira aqui a edição da Folha Bancária apreendida pelo Santander

“Estamos em um momento decisivo para os rumos do país, e a Folha Bancáriadivulgou para a categoria a relação de parlamentares que votaram contra os trabalhadores. Houve censura da direção do Santander, um banco cujo presidente faz campanha e que apoiou a reforma trabalhista, a reforma da Previdência, que a mobilização dos trabalhadores conseguiu barrar até agora, e outras tentativas do governo ilegítimo de Temer de precarização das relações trabalhistas”, salienta Vera Marchioni, diretora executiva do Sindicato e bancária do Santander.

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Jornais recuperados

Roberto Paulino conseguiu, no fim da tarde de quarta-feira, reaver cerca de mil exemplares do jornal que haviam sido apreendidos no Casa1/Radar. A mesma quantidade que havia sido distribuida pelo dirigentes antes que os seguranças sequestrassem os exemplares a mando a diretoria do Santander.

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