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Ruas se movem contra Bolsonaro com revolta reforçada por marca de meio milhão de mortos para a Covid

Sob grito de “Fora Bolsonaro”, milhares foram protestar contra a pandemia, o luto por seus entes perdidos na pandemia e a violência contra a população negra. “Ainda que não derrube Bolsonaro agora, é importante aumentar a força para derrotá-lo no ano que vem”

 

Teve pixuleco gigante do presidente Jair Bolsonaro, teve montagem de foto dele com os filhos vestidos de presidiários, e cartazes em homenagem a quem perdeu algum ente querido. O Brasil foi outra vez às ruas neste sábado, 19 de junho, para se manifestar contra Bolsonaro, justamente no dia em que o país atingiu a marca de mais de 500.000 mortos.

Vidas perdidas diante de um mandatário que zombou das regras de distanciamento, enquanto o país se protegia do vírus. Novamente, bandeiras de sindicatos, partidos e coletivos coloriram as ruas em diversas capitais, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, que arrastaram mais multidões. Em São Paulo, as pessoas começaram a se reunir às 16h00 na avenida Paulista, na altura do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Pouco depois das 17h, milhares se estendiam ao longo de 9 quarteirões.

Com cartazes, camisetas e adesivos pedindo a saída do presidente, os manifestantes, a grande maioria de máscaras, tentaram engrossar as fileiras de revolta contra o quadro atual da pandemia de coronavírus e seus desdobramentos. Além das 500.000 mortes por covid-19, a lentidão da vacinação, a volta do auxílio emergencial de 600 reais, o desemprego, o descaso com a educação e com o meio ambiente, e o uso da violência contra a população negra estiveram foram os motes nas ruas.

“O verme matou meu avô”, lia-se no cartaz carregado por Clayton. “Ele matou meu pai e mais 498.000. Fora genocida”, escreveu Francisco, de 24 anos, em uma cartolina.

(…) Enquanto o ministro da Saúde e os ex-titulares prestaram solidariedade aos 500.000 mortos por covid-19, Bolsonaro preferiu saudar os policiais que tentam prender o assassino Lázaro Barbosa, que está foragido há 11 dias no Distrito Federal. Ao fim do dia, ainda ironizou manifestantes em Paranaguá.

Pagarão pelos seus erros

As ruas no Brasil se movem e a classe política tenta se sintonizar com suas demandas. Senadores da CPI da Pandemia aproveitaram a data para assumir o compromisso de que os responsáveis por parte do meio milhão de mortes “pagarão pelos seus erros, omissões, desprezos e deboches”. “Não chegamos a esse quadro devastador, desumano, por acaso. Há culpados e eles, no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente. Os crimes contra a humanidade, os morticínios e os genocídios não se apagam, nem prescrevem. Eles se eternizam e, antes da justiça Divina, eles se encontrarão com a justiça dos homens”. O texto foi assinado por nove senadores, entre eles Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (REDE-AP), e Tasso Jereissati (PSDB-CE).

Os atos deste sábado foram convocados pela frente Brasil Popular, pela Coalizão Negra por Direitos e pela frente Povo sem Medo. Juntos, congregam centenas de movimentos sociais. Mas os atos também contaram com apoio de algumas organizações de centro, como o Movimento Acredito. Nas redes sociais, o movimento ganhou a hashtag #19JForaBolsonaro e desde cedo já era o principal assunto no Twitter.

fonte El País (com edição Seeb Jundiaí)

Em Jundiaí movimentos sociais, coletivos, sindicatos e partidos se reuniram em frente ao Paço Municipal e saíram em CarreAto pelas ruas da cidade, com concentração na praça Erazê Martinho (Ponte Torta).

Fotos: Comitê Pela Vida e PT Jundiaí

 

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