Jundiaí, 24 de abril de 2024 – A decisão do Conselho de Administração do Banco do Brasil (BB) de aprovar um reajuste salarial de 57% para a presidenta e reflexos nos vencimentos dos demais diretores gerou forte insatisfação entre os funcionários da instituição em todo o país, incluindo Jundiaí e região.
“É um tapa na cara dos funcionários das agências, escritórios e departamentos que são responsáveis pelo alto lucro do banco”, afirma Álvaro Pires, diretor do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região. “Esses trabalhadores terão uma dura campanha este ano para garantir reajuste na data-base da categoria em setembro, enquanto a cúpula se beneficia de um aumento exorbitante.”
Álvaro ressalta que o lucro líquido do BB em 2023, de R$ 35,6 bilhões, e o resultado sobre patrimônio líquido de 21,6%, foram frutos do trabalho árduo dos funcionários. “Nada justifica um reajuste dessa magnitude apenas para a cúpula do banco”, critica. “Isso indignou os trabalhadores que estão adoecendo em consequência de tantas cobranças por metas cada vez mais inatingíveis.”
O presidente do sindicato, Paulo Malerba, também denuncia o aumento dos afastamentos por burnout, síndrome do esgotamento profissional, causada pelo excesso de trabalho e desgaste físico e emocional. “Esperamos que a administração do BB reconsidere sua postura e dialogue com os representantes dos trabalhadores para buscar soluções mais justas e equilibradas. A valorização de todos funcionários é essencial para a sustentabilidade do banco a longo prazo”, enfatiza.
A proposta de reajuste ainda precisa ser aprovada pela assembleia de acionistas no próximo dia 26 de abril, mas há mobilizações para barrar a medida. “Vamos reivindicar que esse absurdo não seja concretizado”, garante Álvaro Pires. “Os funcionários do BB merecem respeito e valorização, e não essa injustiça”.
