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Quem é Fabio Barbosa - Matéria do Jornal da Afubesp

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008 – no 753

Quem é Fabio Barbosa?

A informação não era para ser divulgada

agora – até porque o Banco Real ainda

não foi desligado da estrutura do ABN

AMRO –, mas, diante do fato de algumas

agências online terem antecipado a notícia

na manhã de terça-feira, 26, a única alternativa

que restou ao Santander foi confirmá-

la. E fez isso rapidamente. No mesmo

dia, divulgou nota afirmando: “Fabio

Barbosa, presidente do Banco Real, será

nomeado o máximo responsável por todos

os negócios do Grupo Santander no Brasil,

assim que sejam obtidas as autorizações

correspondentes e o Banco Real se

separe legalmente do Grupo ABN AMRO”.

Embora não seja a primeira vez que o

dirigente de um banco incorporado assume

a direção do incorporador, a troca de

comando do Santander não deixa de causar

certa estranheza. O Santander, junto

com o britânico RBS (Royal Bank of Scotland)

e o belga-holandês Fortis, integra o

consórcio que adquiriu o controle do ABN

AMRO. Pelo acordo, o Real ficará com o

grupo espanhol.

Segundo a nota do banco, o ex-presidente

da instituição espanhola no país, o

colombiano Gabriel Jaramillo passará, a

partir de agora, a prestar “serviços de apoio

e assessoria à Presidência do Grupo Santander”.

A saída de Jaramillo será imediata

e, enquanto Barbosa não puder assumir,

a direção do Grupo Santander será

exercida provisoriamente pelo atual vicepresidente-

executivo José Paiva.

Paiva já é bem conhecido pelos repre-

Executivo, que de acordo com

nota do banco será o “máximo

responsável por todos os

negócios do Grupo Santander

no Brasil”, conseguiu junto aos

seus pares empresários ligar a

imagem do ABN AMRO Real à

responsabilidade ambiental

Comunicado do presidente da Cabesp, Eduardo Prupest,

informa que Caio Graco Orlando de Mello deixou a Diretoria de

Operações da Cabesp (no último dia 20) atendendo a um “chamado

do Santander”. Até que seja indicado o nome que assumirá

a vaga, Prupest acumulará a função.

Como diretor de Operações indicado pelo banco, Caio era

responsável por convênios, liberação de procedimentos médicos,

rede credenciada, pagamento dos serviços de saúde, etc.

“Esta é diretoria que necessita de mais atenção, pois nela estão

concentradas as atividades fim da entidade”, comenta o diretor

financeiro eleito da Cabesp, Vagner de Castro, que completa:

sentantes dos funcionários, pois foi o principal

negociador da empresa nos primeiros

anos de incorporação do Banespa, na

chamada fase de transição de banco público

para privado. Mas quem é Fabio Barbosa,

o futuro dirigente máximo do Grupo

Santander no Brasil?

Responder essa pergunta pode começar

a explicar um dos motivos pelos quais o

comando do grupo na Espanha optou

por ter à frente de todas as

suas operações por aqui o

executivo do banco recém

adquirido. Quem acompanha

as notícias do mundo empresarial

sabe que Fabio Colletti

Barbosa (nome completo)

conquistou entre seus pares empresários a

imagem de uma pessoa preocupada com

o meio ambiente. Essa é a marca que procura

imprimir ao Banco Real, instituição que

dirige desde novembro de 1998, após a bandeira

ser adquirida pelo ABN.

Sob sua gestão, o Real criou linhas de

financiamentos destinas a melhorar o padrão

ambiental das empresas e “produtos sustentáveis”

para pessoas físicas – como empréstimos

para aquisição de aquecedor solar –,

além de um programa de microcrédito que

atende pessoas de baixo poder aquisitivo.

Essas ações, que incluem ainda a exigência

de adoção de práticas ambientalmente

sustentáveis como critério para concessão

de crédito às empresas, conferiram

a Barbosa algumas honrarias, entre as

quais o Prêmio Eco 96 de Gestão Empresarial

para a Sustentabilidade, e matérias

elogiosas na mídia.

A revista Época Negócios (julho de

2007) publicou reportagem contendo perfil

do presidente do ABN AMRO Real, com

o sugestivo título de “O banqueiro verde”.

Certamente, só a preocupação ambiental

não seria suficiente para convencer

os espanhóis a escolhê-lo para ser o número

1 no Brasil. Era preciso que Barbosa

fosse um grande gerador de lucros. Aliás,

talvez esse fosse o principal quesito exigido.

E aí também ele apresenta resultados

que agradam os banqueiros.

Em 2007, o lucro líquido do ABN

AMRO Real foi de R$ 2,975 bilhões, o que

representa aumento de 45% em relação a

2006. Para efeito comparativo, o Grupo

Santander no Brasil obteve ganho de R$

1,845 bilhão no ano passado.

Para completar, Barbosa é o atual presidente

da Febraban (Federação Brasileira

de Bancos).

Expectativa da representação

Com a mudança na presidência do

banco, o Sindicato dos Bancários de São

Paulo, Osasco e Região e a Afubesp vão

procurar o futuro presidente para agendar

uma reunião o mais rápido possível.

“A nossa expectativa é que ele faça uma

gestão que priorize a mesa de negociação

para resolver os problemas pendentes do

pessoal da ativa e aposentados”, afirma

Paulo Salvador, presidente da Afubesp.

Entre esses problemas, ele aponta a

questão do reajuste do pessoal pré-75, a

demissão de colegas próximos a aposentadoria

ou que retornam ao trabalho após

afastamento por motivo de saúde, o assédio

moral e a falta de isonomia de direitos.

Cabesp

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