Sem demissão nem retirada de direitos no Banco do Brasil e na Nossa Caixa Compromisso foi assumido pelo presidente do BB, que também afirmou aos representantes dos bancários: vai haver negociação permanente | Reunião em Brasília |
São Paulo - Está empenhada a palavra do presidente do Banco do Brasil. Antonio Francisco de Lima Neto firmou compromisso com os representantes dos bancários, em reunião na sexta-feira, dia 21, de que não haverá demissões nem retirada de direitos dos funcionários do Banco do Brasil e da Nossa Caixa.
A compra do banco estadual pelo federal foi anunciada na quinta-feira, 20 de novembro. De imediato, os representantes dos bancários procuraram a direção do Banco do Brasil que cumpriu o que foi combinado há seis meses: que as negociações seriam retomadas assim que fosse anunciada a aquisição.
“Cobramos do presidente do BB um acordo formal pelos empregos e ele assumiu esse compromisso público de que não vai haver demissão nem retirada de direitos”, informa o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, que participou da reunião com Lima Neto, com o vice-presidente do banco Adézio de Almeida Lima e representantes da confederação (Contraf/CUT) e das federações dos bancários de São Paulo (Fetec/CUT-SP e Feeb).
Os dirigentes sindicais também cobraram negociação permanente durante todo o processo de incorporação. Lima Neto informou que esse processo deve levar de 12 a 18 meses e que durante todo o período negociará com os representantes dos bancários. A incorporação só terá início após a aprovação da venda pelo Banco Central e pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, o que deve acontecer até 10 de março de 2009.
O presidente do Banco do Brasil também informou aos dirigentes sindicais que não há perspectiva de fechamento de agências. Em entrevista após o anúncio da compra, Lima Neto disse que no máximo 30 agências, das 599 que a Nossa Caixa possui, poderiam ser fechadas. Aos representantes dos trabalhadores, ele explicou que, caso haja sobreposição de unidades e seja necessário fechar alguma, outra será reaberta no mesmo município ou nas proximidades. Lima Neto afirmou que todos os municípios brasileiros terão uma agência do banco.
Direitos – Os bancários levaram à mesa de negociação a reivindicação pela unificação de direitos como Planos de Cargos e Salário (PCS), fundos de pensão e programas de assistência médica. “Defendemos que valha o mais vantajoso para os trabalhadores, já que algo diferente disso significaria perda de direitos”, disse Marcolino. Os trabalhadores também querem a preservação das bandeiras dos bancos e que a Nossa Caixa e o Banco do Brasil mantenham seus papéis de instituições públicas voltados ao fomento e desenvolvimento locais, ainda mais importantes no atual cenário econômico.
O negócio – O Banco do Brasil pagará ao governo estadual R$ 5,38 bilhões pela Nossa Caixa, que a partir de março de 2009 receberá o valor em 18 parcelas mensais corrigidas pela Selic. O fato relevante publicado pela Nossa Caixa, no dia 20, informa que a operação preserva os interesses do público relacionado às empresas, incluindo empregados, correntistas, acionistas e outros parceiros.
Cláudia Motta e Elisângela Cordeiro - 21/11/2008