Em cada 10 bancários, 8 reclamam das condições de saúde e trabalho impostas pelos bancos. Esse dado foi exposto na rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), nesta quinta-feira, 2/9. Os representantes dos trabalhadores apontaram de maneira incisiva os problemas sofridos pelos bancários, que adoecem por conta da pressão, stress, assédio moral, cobrança de metas abusivas e falta de segurança. Mais uma vez os banqueiros não trouxeram novidades ou soluções, e nem quiseram discutir concretamente as reivindicações dos trabalhadores sobre as metas abusivas. “Com essa atitude, os patrões estão negando a realidade e desrespeitando seus funcionários, colocando os lucros acima da vida dos trabalhadores”, afirma Crislaine Bertazzi, secretária de Saúde da FETEC-CUT/SP. Segurança - A discussão sobre segurança retomou o que já havia sido debatido na mesa temática. A Fenaban concordou em permitir o acesso dos sindicatos às estatísticas a cerca da segurança bancária a cada 6 meses; emissão obrigatória do boletim de ocorrência em caso de assalto ou seqüestro de funcionários; e atendimento médico ou psicológico no local de trabalho. “Houve algum avanço, mas ainda existem muitas outras demandas que para nós são cruciais. Enquanto contabilizamos 11 mortes só no primeiro semestre deste ano em agências bancárias no país, vemos o Itaú e o Banco do Brasil retirando as portas detectoras de metal. Isso é um contra-senso”, afirma Luiz César de Freitas, o Alemão, presidente da FETEC-CUT/SP. Outra reivindicação da categoria é o fim do transporte de valores pelos bancários. Sobre isso, os banqueiros alegaram que não há empresas especializadas para este serviço em todas as localidades. “Esse problema não é nosso e o bancário não pode ser penalizado. É uma irresponsabilidade arriscar a vida de um trabalhador como vem acontecendo. Desta maneira, os patrões demonstram pouca preocupação com a vida de seus funcionários e clientes, mas com certeza seu patrimônio é bem mais protegido. Além disso, estão descumprindo a lei 7.102/83, que proíbe essa prática”, conclui o presidente da Federação dos Bancários da CUT. Dia Nacional de Luta - A próxima rodada de negociação acontece nos dias 8 e 9/9 e vai discutir emprego e condições de trabalho. O Comando Nacional dos Bancários orienta que os sindicatos façam um Dia Nacional de Luta na quarta-feira, sobre os temas a ser tratados na próxima reunião. Fonte: Fetec/CUT-SP