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Pedro Guimarães ataca direito dos empregados e quer descontar greve

Os sindicatos apuraram métodos com os quais algumas chefias ameaçaram os bancários para desmobilizar, sem sucesso, a paralização dos trabalhadores.

 

Em mais um ataque da gestão da Caixa Econômica contra o direito de organização de seus empregados, os bancários que aderiram a paralisação da última terça-feira (27), decidida em assembleia da categoria tiveram o dia descontado. O desconto é considerado prática antissindical e contraria decisão cautelar do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Segundo relatos dos empregados de todas as áreas, a direção da Caixa orientou que as chefias marquem o dia dos bancários como “D” no ponto eletrônico, o que corresponde a falta não justificada e, assim, passível de desconto.

O dirigente sindical em SP e empregado da Caixa, Dionísio Reis, classifica a decisão do banco como um ato de perseguição aos empregados mobilizados, contrariando não só a lei trabalhista, mas também a decisão cautelar do TST proferida nesta semana.

“Não foi falta e muito menos injustificada. Tivemos uma grande adesão dos empregados, de 30% a 40% dos trabalhadores em agências na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região paralisaram os trabalhos, sinalizando as agências e informado a população os motivos do estado de greve decidido pela categoria”, lembra Dionísio.

Um grande contingente dos trabalhadores em home office também paralisou as atividades, mas não é possível mensurar a quantidade, já que eles não registram ponto eletrônico.

Chantagem e ameaças

O sindicato apurou os métodos com os quais algumas chefias ameaçaram os bancários para desmobilizar, sem sucesso, a paralização dos trabalhadores.

Os trabalhadores presencial tiveram o dia marcado como falta não justificada (Rubrica “D”) e os trabalhadores em home office tiveram seu trabalho interrompido no sistema para ser feito o mesmo registro e na sequência foram obrigados a assinar novamente o termo de responsabilidade da normativa 226, para retornar ao teletrabalho depois de ter a falta registrada.

“É importante parabenizar a resistência e a organização dos empregados contra o desmonte proposto pelo presidente do banco, Pedro Guimarães. Por isso, os sindicatos e federações sindicais encaminharam um ofício a Pedro e tratará do tema na próxima reunião da CEE/Caixa, no próximo dia 5. Vamos buscar nossos direitos, se precisar até mesmo judicialmente, mas vamos manter o estado de greve decido por ampla maioria dos empregados e fortalecer e luta”, finaliza Dionísio.

O ofício enviado à Caixa está em anexo no final desta matéria.

TST garante direito à greve

Na segunda-feira (26), o ministro do TST, Maurício Delgado, proferiu uma tutela cautelar em defesa do direito de greve dos trabalhadores, mantendo um expediente mínimo de 60% na Caixa toda. No dia seguinte (27), a Contraf-CUT encaminhou ofício ao presidente da Caixa, Pedro Guimarães, reforçando a decisão do TST e solicitando que a orientação de desconto dada para as chefias seja retirado.

Outra ação contra o desmonte da Caixa também foi protocolado nesta semana, desta vez pelo presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), Cleiton dos Santos.

Uma ação popular foi protocolada na Justiça Federal de Brasília contra o IPO da Caixa Seguridade, prevista para esta quinta-feira (29).

Na ação popular, foram abordados diversos temas importantes, tais como o conflito de interesse na atuação da Caixa como intermediadora na venda das ações e a violação das normas da CVM que regulamentam a oferta pública de ações, prevista para começar nesta quinta (29).

Confira o documento enviado à Caixa pela Contraf-CUT

https://bit.ly/3e40P8c

fonte Seeb SP

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