Os 19 anos de conquistas da Contraf-CUT, não só para categoria, mas para todo país

A Confederação Nacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) completou 19 anos neste domingo (26). Em comemoração à data, dirigentes do país inteiro gravaram vídeos, que serão disponibilizados nas redes sociais da entidade, a partir de hoje.

“A Contraf-CUT cumpre um papel fundamental para a categoria bancária, afinal, as campanhas salariais ocorrem no âmbito nacional. Além disso, muitas as mesas de negociação passam pela articulação da entidade”, afirma Paulo Malerba, presidente do nosso sindicato. “Temos uma história riquíssima e estamos sempre nos preparando para enfrentar os desafios do presente e do futuro. Parabéns à Contraf-CUT e ao movimento sindical da categoria!”, concluiu.

“A história da Contraf-CUT começou muito antes de ter esse nome, foi nos anos 1980, quando a categoria participou da luta para a retomada da democracia no Brasil, que havia sido sequestrada, em 1964, no golpe empresarial-militar”, ressalta a presidenta da entidade, Juvandia Moreira.

Em 1985, trabalhadores bancários criaram dentro da Central Única dos Trabalhadores (CUT) o Departamento Nacional dos Bancários (DNB-CUT), responsável pela histórica greve nacional, naquele mesmo ano, por melhores condições salariais, o que foi conquistado por conta da mobilização que levou 500 mil pessoas às ruas.

Em 1992 foi fundada a Confederação Nacional dos Bancários (CNB): “Naquele ano, as bancárias e os bancários assinaram a primeira Convenção Coletiva de Trabalho, a nossa CCT, válida até hoje para trabalhadores do setor de todo o território nacional”, explica o secretário-geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga.

Em 2006, finalmente, o CNB dá lugar à Contraf-CUT, reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em 2008, como representante dos trabalhadores do ramo financeiro. Atualmente, a entidade representa mais de 100 sindicatos, 94% dos trabalhadores do setor de todo o país e coordena o Comando Nacional dos Bancários, nas mesas de negociação com os bancos.

Conquistas e papel na democracia

Nesses quarenta anos a categoria avançou em uma série de conquistas, tornando-se referência para outros movimentos de trabalhadores do país e América Latina. “Se somarmos todas as conquistas das bancárias e bancários, desde a primeira CCT, assinada em 1985, até a mais recente, que assinamos em 2024, veremos que a nossa convenção concede 85% mais direitos à categoria do que os previstos na CLT”, observa o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius de Assumpção.

Algumas dessas conquistas, que também inspiraram outras categorias a acessarem os mesmos direitos, são:

  • 13º auxílio-alimentação
  • Complementação de auxílio previdenciário
  • Participação nos lucros e resultados (PLR)
  • Auxílio creche ou auxílio babá
  • Auxílio para trabalhadores com filhos com deficiência
  • Licença maternidade de 180 dias de licença paternidade de 20 dias

A CCT mais recente, assinada em 2024, trouxe ainda novos avanços nas cláusulas sociais, com destaque para o reforço no combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho – pela primeira vez os bancos concordaram em usar na CCT o termo “assédio moral” de forma explícita, atendendo a uma reivindicação histórica do movimento sindical.

A presidenta da entidade, Juvandia Moreira, reforça que a categoria tem um papel que vai além da garantia dos próprios direitos. “Nessa luta por aumento real e melhores condições de trabalho, nós impedimos que os donos do setor financeiro concentrem ainda mais recursos e nos tornamos referência de organização para outras categorias”.

Segundo cálculos do Dieese, os avanços financeiros, obtidos até a ultima renovação da CCT, permitirão que a categoria injete R$ 96,5 bilhões na economia do país, até 2025. O Dieese também ressalta que cada 1% de ganho real que os sindicatos negociam significa 200 mil empregos a mais e 0,15% de crescimento para o PIB, ao ano.

“Avanços nos direitos trabalhistas, garantia de aumento real, que permitem a redução das desigualdades entre o capital e o trabalho: é essa é a relação entre o movimento sindical bancário e a democracia. Nesses 19 anos da Contraf-CUT, é essa a mensagem que queremos reforçar, a contribuição de cada uma e cada um de nós para um país melhor”, pontua Juvandia Moreira.

Fonte: Contraf-CUT e Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região

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