FETEC/CUT-SP | |
11 /12 / 2008 | |
Entidades representativas dos bancários defenderam durante audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) a garantia de empregos e direitos dos trabalhadores da Nossa Caixa, além do caráter público do banco. Realizada no dia 11 de dezembro, a audiência teve como objetivo debater o Projeto de Lei 750/2008, que autoriza a venda da instituição paulista para o Banco do Brasil. Em sua fala, o presidente da Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo (FETEC/CUT-SP), Sebastião Geraldo Cardozo, defendeu a aprovação das emendas ao PL que protegem empregos e direitos dos funcionários da Nossa Caixa, incluídas na proposta após muita pressão junto aos deputados. O dirigente sindical também afirmou que “o Estado de São Paulo tem plenas condições de manter um banco público, cujo interesse é fomentar o crescimento, investindo no desenvolvimento econômico e social, porém seria necessário vontade política do governo estadual, o que não acontece no governo Serra (PSDB)”, enfatizou. Sebastião Cardozo alertou todos os presentes que o processo de “carnificina” está iniciando dentro do Banco Nossa Caixa. “A FETEC/CUT-SP tem recebido denúncias de que um grupo do alto escalão do banco tem agido de forma a querer resolver quem vai e quem não vai para o BB, tomando como critério os que concordam ou não com suas posições”, disse. O dirigente sindical afirmou ainda que caso esse movimento não cesse essas pessoas serão identificadas e denunciadas pelo movimento sindical. A maioria dos oradores de outras entidades que tiveram a palavra (Feeb SP/MS, Afaceesp, Seeb/SP, Corep,USCEESP e Conlutas) se referiram à fala do presidente da FETEC/CUT-SP para reafirmar que a sociedade paulista é dona legítima do Banco Nossa Caixa, que neste momento estão sendo representados pelos deputados e, portanto, todos os ônus e conseqüências dessa venda serão de responsabilidade dos parlamentares. O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino, lembrou que na época do Banespa os bancários conquistaram a garantia de empregos por cinco anos, bem como a manutenção do fundo de pensão e da assistência médica. Diferentemente deste processo, onde os trabalhadores não têm nenhuma garantia formal. Segundo Marcolino, “se o processo de aquisição é bom para o BB e para o BNC tem que ser bom também para os funcionários. Por isso, a luta das entidades em ter suas reivindicações garantidas formalmente”. Ele também questionou o secretário da fazenda quanto a destinação dos R$ 2 bilhões referentes à compra da folha de pagamento do funcionalismo estadual, colocando em dúvida a destinação do dinheiro da venda do BNC em benefício da sociedade paulista. Dos 12 deputados que fizeram uso da palavra, oito eram da oposição. A bancada do PT foi categórica ao afirmar que tem responsabilidade com a sociedade paulista e entende que o Estado de São Paulo tem condições e compromisso social de manter a Nossa Caixa. Os parlamentares oposicionistas reafirmaram ainda o compromisso de empenho na aprovação das emendas. Michele Amorim |