Do Site do SEEB RJ
Em visita ao Sindicato, o ex-ministro do Meio Ambiente do governo Lula e deputado estadual Carlos Minc (PT-RJ) pediu à diretoria da entidade que ajude a fiscalizar o cumprimento do “protocolo verde”, assinado com os bancos públicos, em 2008, e com os privados, em 2009. No documento, os bancos se comprometem a não financiar empreendimentos sem sustentabilidade ambiental, ou que utilizem mão-de-obra escrava ou infantil.
“Vou enviar a vocês a cópia do protocolo para que o Sindicato dos Bancários do Rio, os de outros estados, as federações e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) possam verificar se ele está sendo respeitado”, afirmou o ex-ministro. Ele frisou ser fundamental esta fiscalização, citando o caso do BNDES, que suspendeu o crédito a frigoríficos compradores de carne bovina de fazendas que desmatavam, depois que o Ministério do Meio Ambiente denunciou o fato.
Campanha do cumpra-se - Em seu retorno às atividades parlamentares, após um ano e dez meses como ministro do Meio Ambiente, Minc voltou a participar das mobilizações do Sindicato, entre elas a campanha do “Cumpra-se”, que cobra dos bancos o cumprimento de leis importantes de defesa dos bancários. Muitas delas são de sua autoria, como a que estabelece normas de prevenção de doenças como as lesões por esforços repetitivos (LER) e critérios de defesa da saúde do trabalhador, e a que fixa em 20 minutos o tempo de atendimento aos clientes, com a contratação de mais bancários.
Balanço positivo - Na conversa com os sindicalistas, Minc admitiu que não ganhou todos os embates no governo, mas que o balanço de sua gestão foi extremamente positivo. “Conseguimos o menor desmatamento da história da Amazônia, desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) faz este monitoramento, há 23 anos. Conseguimos isto triplicando a fiscalização”, afirmou. Ele destacou ainda a aprovação pelo Congresso Nacional de uma política de clima, com metas de redução das emissões de gases do efeito estufa.
O parlamentar lembrou que, ao anunciar todas estas medidas e mais a redução do desmatamento, o presidente Lula foi o chefe de Estado mais aplaudido na Conferência de Copenhague. “A Conferência pode não ter alcançado seus objetivos, mas o Brasil mostrou que estava fazendo o seu dever de casa para reduzir a emissão de gases do efeito estufa”, argumentou. Outra conquista foi a inclusão do item saúde do trabalhador no licenciamento ambiental. “O DEM foi contra. Entrou com ação no Supremo Tribunal Federal. Mas ganhamos ao mostrar que, se para a concessão do licenciamento levava-se em conta reflexos para a fauna e a flora, nada mais natural usar o mesmo critério para a saúde do trabalhador”, disse. A lei foi assinada pelo então ministro Carlos Minc, durante um Congresso Nacional da CUT.
Fonte: Seeb Rio de Janeiro