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Mercantil do Brasil piora proposta e negociações terminam em impasse no MPT

Trabalhadores não vão aceitar perdas de direitos que o banco tenta importa

Terminou sem acordo a reunião entra a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Mercantil do Brasil e o banco, realizada na manhã desta terça feira (25), sobre o Acordo Coletivo de Trabalho baseado na MP 936, editada pelo Governo que regulamenta a suspensão do contrato de trabalho e redução salarial dos trabalhadores. A negociação foi mediada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPT/MG).

Na reunião, o Mercantil do Brasil insistiu mais uma vez na redução temporária da jornada de trabalho e na remuneração de 50% para todos os empregados ou parte destes, a critério do empregador e também na suspensão do temporária do contrato de trabalho por até 120 dias.

Diante à imposição do Mercantil do Brasil na piora do acordo e observando as disparidades das propostas apresentadas pelo banco e as propostas apresentadas pelo Movimento Sindical, que buscava a solução a favor dos trabalhadores, o Ministério Público do Trabalho sugeriu o encerramento das tratativas de negociação e deu como concluída a mediação, em razão do não consenso entre as partes.

Para Marco Aurélio Alves, Funcionário do Mercantil do Brasil, coordenador nacional da COE Mercantil, o movimento sindical sempre estará disposto a dialogar sobre acordos coletivos que tragam garantias aos trabalhadores, mas nunca nesse nível de perdas que o Mercantil queria impor aos seus funcionários. “Já realizamos acordos com outras instituições financeiras baseados na MP 936, diante das excepcionalidades impostas pelo Covid-19, mas as contrapartidas aos trabalhadores foram muito superiores às eventuais perdas, como limitação de funcionários atingidos pelo acordo, garantia de redução temporária de salário de, no máximo, 25%, recebimento integral do salário líquido e estabilidade provisórias de emprego.”

Para Marco Aurélio, como se já não bastassem as péssimas condições de trabalho nos departamentos e agências superlotadas do Mercantil e a pressão por metas cada vez mais absurdas impostas pela área comercial, o acordo proposto pelo Banco tinha o intuito de aumentar ainda mais o lucro em cima das perdas e sofrimento dos funcionários. “O que não vamos admitir em hipótese alguma.”

Para Magaly Fagundes, membra do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Fetrafi-MG, mais uma vez o Mercantil do Brasil mostrou todo o descaso com os trabalhadores diante ao difícil momento de pandemia a qual estamos passando. “Na reunião, o Mercantil ainda insistiu na apresentação aos seus funcionários do pior acordo de perdas na redução e na suspensão temporária de contrato de trabalho de todo o setor financeiro. Uma total falta de respeito e uma discrepância social, tendo em vista o vultoso lucro de 74 milhões obtido apenas no primeiro semestre de 2020, um dos maiores da história do Banco.”

Para Vanderci Antônio da Silva, funcionário do Mercantil do Brasil e diretor do Sindicato dos bancários de Belo Horizonte, os representantes do Mercantil deixaram escapar na reunião que o acordo proposto seria para agradar aos acionistas do Banco, ávidos por lucros cada vez mais exorbitantes. “Os representantes do Mercantil do Brasil na reunião ameaçaram com a possibilidade de imposição de acordos individuais aos trabalhadores sem a participação dos sindicatos, o que é permitido pela MP 936, mas o movimento sindical irá combater e denunciar toda pressão e coação contra os funcionários do Mercantil do Brasil. Caso seja necessário, os sindicatos podem ainda atuar como substitutos processuais, judicializando eventuais ofensas aos direitos individuais dos trabalhadores”, concluiu.

fonte Contraf CUT

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