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Funcionários do Itaú realizam Dia Nacional de Luta contra demissões e adoecimento

Data marca lançamento da campanha de mídia para sensibilizar a população sobre a realidade do bancário do Itaú

Nesta terça-feira (29), bancários do Itaú de todas as regiões do Brasil promoveram um Dia Nacional de Luta para denunciar as condições precárias que enfrentam diariamente: um cenário marcado por demissões, metas abusivas e o adoecimento de trabalhadores. A mobilização busca trazer visibilidade para as dificuldades enfrentadas pelos funcionários, que contrastam com a imagem de sucesso e prosperidade promovida pelo banco, que recentemente completou 100 anos.

Nosso sindicato paralisou as atividades na agência de Franco da Rocha. Nas últimas semanas também aconteceram paralisações e manifestações nas agências da Av. Jundiaí, Vila Hortolândia, Nove de Julho, Barão de Jundiaí, Vila Arens e Ponte São João, em Jundiaí.

“A realidade dos funcionários do Itaú é bem diferente das propagandas do banco: rotinas exaustivas, cobranças excessivas e falta de perspectivas de carreira. Muitos adoecem com estresse, depressão, ansiedade e burnout, reflexo de uma política focada no lucro a curto prazo, sem preocupação com seus empregados”, apontou Paulo Malerba, presidente do sindicato. “E pior: quando um funcionário adquire uma doença ocupacional, o banco propõe acordos, aproveitando-se de sua fragilidade para sugerir demissões “amigáveis”. Essa prática, somada às demissões em massa nos últimos anos, atinge principalmente trabalhadores com mais de oito anos de casa, vistos como descartáveis, especialmente os acima de 35 a 40 anos.”, completou.

A ideia da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú é mostrar que o banco, um dos maiores da América Latina, celebra seu centenário com o slogan “feito de futuro,” mas a realidade dos bancários é de pressão intensa e pouco reconhecimento. Mesmo com o lucro crescente, os funcionários relatam uma rotina de exaustão e estresse, alimentada por metas abusivas e uma cultura de assédio moral. Depressão, ansiedade e esgotamento psicológico tornaram-se frequentes entre os que tentam manter o ritmo imposto pela gestão, que adota medidas punitivas e demissões por justa causa de forma recorrente e, muitas vezes, desmotivada.

  • 29/10/2024 – Dia de Luta no Itaú
  • 29/10/2024 – Dia de Luta no Itaú
  • 29/10/2024 – Dia de Luta no Itaú
  • 29/10/2024 – Dia de Luta no Itaú
  • 29/10/2024 – Dia de Luta no Itaú
  • 29/10/2024 – Dia de Luta no Itaú
  • 29/10/2024 – Dia de Luta no Itaú

Valeska Pincovai, coordenadora da COE do Itaú, destaca o lançamento de uma campanha de mídia como parte da mobilização: “Hoje estamos lançando uma campanha de mídia para sensibilizar a população e todos os funcionários do banco sobre a realidade do bancário do Itaú. Queremos com isso chamar os bancários para juntos construir a nossa mobilização para reivindicar melhores condições de trabalho. Queremos negociar com o banco seriamente o fim das metas abusivas e do assédio moral, o fim da terceirização, respeito aos trabalhadores adoecidos e outras pautas que já foram repassadas a eles. Com esta campanha, esperamos que o bancário do Itaú seja valorizado!”

Clique aqui e veja as fotos das manifestações em todo o país

A realidade das demissões e adoecimento

Nos últimos doze meses, o Itaú fechou 1.785 postos de trabalho e 175 agências, intensificando a carga de trabalho para aqueles que permanecem no banco. A prática de terceirização já afeta 3.500 trabalhadores no estado de São Paulo, agravando a precarização das condições de trabalho e o adoecimento dos bancários. Demissões por justa causa se tornaram frequentes, baseadas em motivos que muitas vezes desconsideram o contexto dos trabalhadores, como nos casos de advertências aplicadas a funcionários com a prova de Certificação Profissional Anbima (CPA) marcada.

Além das demissões, a sobrecarga e o ambiente tóxico fazem com que o assédio moral e o adoecimento sejam problemas comuns entre os bancários. Casos de doenças psíquicas relacionadas ao trabalho no Itaú já representam 90% dos atendimentos dos sindicatos. Em vez de apoio, muitos trabalhadores recebem telegramas de abandono de emprego quando adoecem, uma atitude que reflete o desrespeito do banco em relação à saúde dos seus funcionários.

A COE do Itaú e os sindicatos orientam os bancários a buscarem orientação antes de aceitar qualquer indenização em troca de sua estabilidade no emprego. Como alerta Maria Izabel, outra coordenadora da COE Itaú: “Sua saúde é muito importante. Não renuncie aos seus direitos em troca de uma indenização, especialmente porque foi o banco que causou seu adoecimento. Procure o sindicato para entender seus direitos e se proteger. Não aceite dinheiro em troca da sua saúde! Afinal, ela vale mais do que qualquer proposta desonesta que o banco possa oferecer.”

Por um ambiente de trabalho digno e saudável

A campanha lançada hoje busca unir os bancários e sensibilizar a sociedade para o desrespeito com o qual o banco tem tratado seus funcionários. A luta segue por condições de trabalho mais dignas, pelo fim das práticas abusivas e pela valorização dos profissionais que, diariamente, fazem o banco prosperar.

Com informações da Contraf-CUT e Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região

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