Para encerrar as atividades do mês da consciência negra, o Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região, organizou o encontro Novembro Negro, no dia 29 de novembro.
O evento teve por objetivo discutir combate ao racismo e o colorismo no mundo do trabalho e contou com a participação de Mário Aranha, ex-goleiro, palestrante e escritor, Isadora Magalhães, advogada, professora universitária e idealizadora do @colorismoempauta e Rosana Aparecida da Silva – Secretária Estadual de Combate à Discriminação Racial da CUT-SP.
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Rosana da Silva apresentou um panorama sobre o combate ao racismo no mundo do trabalho no Brasil, destacando os avanços e retrocessos nas políticas públicas: “Ainda há muito que percorrer para que nossa sociedade experimente algum tipo de equidade. O movimento sindical desenvolve um papel fundamental nessa luta”, destacou
O ex-goleiro Mario Aranha compartilhou sua experiência nos campos de futebol e fora dele: “Quando eu era menino, a gente era carente de referências no mundo do trabalho e na história. Quem aparecia era o pessoal do esporte, do samba, do pagode. Não conhecíamos engenheiros, médicos ou escritores negros. A internet tem ajudado a divulgar novas referências”, comentou. “Eu mesmo demorei a acreditar que poderia escrever um livro. Depois que li o livro da Carolina de Jesus, “Quarto de despejo”, acreditei que poderia apresentar uma outra referência de história do Brasil, na perspectiva da população negra”. No livro “Brasil Tumbeiro”, Aranha apresenta personagens e movimentos negras que são “apagados” da história ensinada geralmente.
Isadora Magalhães explicou que o colorismo é um tipo de racismo, já que no Brasil, pessoas negras com um tipo de pele mais clara ou cabelo mais liso recebem um tratamento diferenciados em alguns contextos, no que chama de “aceitabilidade”: “Entretanto, invariavelmente essas pessoas também estão sujeitas a agressões e tratamento diferenciado por conta de serem negras”, explicou. “Para combater o racismo precisamos falar sobre ele e também conhecer melhor o modo como ele se expressa nos mais diversos contextos”.
De acordo com Mayara Siqueira, diretora do sindicato e uma das organizadoras do evento, o encontro foi muito importante para reunir a população negra e discutir estratégias de enfrentamento do racismo nas diferentes áreas de atuação: “O racismo está presente no cotidiano do trabalho e precisa ser combatido diariamente”, destacou. Dayane Santos, diretora que também organizou o encontro destacou: “Eventos como esse cumprem um papel fundamental. Eles acontecem em novembro, mas têm um impacto no ano inteiro.”
Durante o encontro também aconteceu a Feira da Comunidade Negra, com venda de produtos.
O evento foi organizado pelo Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região e pelo Coletivo de Mulheres da CUT, subsede Jundiaí.
Confira a seguir algumas fotos e, neste link, o álbum completo.