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Em São Paulo, 400 demissões. Aqui, o temor

Cinco meses após o início da fusão das operações com o Banco Real, o Santander anunciou a demissão de cerca de 400 funcionários no grupo. Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, as dispensas são nos centros administrativos do Santander e do Real.

Em Jundiaí, os sindicalistas afirmam não ter nenhuma homologação de rescisão de contrato de trabalho marcada, mas temem que as dispensas na Capital possam ´respingar´ na Região. Até por isso, já planejam manifestações para a próxima semana em frente às agências do Santander e Banco Real.

De acordo com o já mencionado pelo Santander no passado, as demissões em São Paulo não têm relação com a crise financeira internacional, mas são resultado da fusão com o Real.

Em outubro de 2008, o Santander anunciou seu plano estratégico para 2008-2010, quando o presidente mundial, Emílio Botin, afirmou que a integração Santander-Real não era uma reestruturação, mas um projeto de crescimento, com a ampliação do número de agências em 400.

Segundo a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo e funcionária do Santander, Rita Berlofa, a situação é “inadmissível”. “Principalmente para um banco em excelente situação no Brasil e no mundo, que anuncia ´sinergias de integração que devem atingir R$ 2,7 bilhões´. Ou seja, para os banqueiros, brasileiros ou espanhóis, a fusão trará ganhos, mas para os bancários, pais e mães de família, sobra a tragédia do desemprego”, diz Rita.

O presidente do sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, afirmou por meio de nota que pedirá medidas do governo federal, como a ratificação da Convenção 158 da OIT (Organização Internacional o Trabalho), que proíbe dispensas imotivadas em empresas lucrativas.

 

Na Região - O secretário de Formação do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região, Douglas Yamagata, afirmou ontem que a situação é preocupante. Nas nove cidades em que a entidade tem abrangência - Jundiaí, Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista, Jarinu, Itupeva, Cajamar, Francisco Morato, Franco da Rocha e Caieiras - a estimativa é de que até 400 funcionários atuem nas agências do Santander e Real.

“Não temos nenhuma homologação marcada, mas parece que a estratégia do banco é a de diminuir o número de funcionários. Isso é preocupante e mostra que as fusões não tem nada de social. Além de monopolizar o mercado, não traz nenhum benefício para a sociedade.”

Entre as estratégias do sindicato a serem realizadas na próxima semana, Yamagata citou manifestações na porta dos bancos e distribuição de boletins. “Faremos essas atividades para mobilizar também os clientes dessas agências, já que eles também serão prejudicados com essas demissões. Quanto menos funcionários, mais demorado será o serviço prestado.” A assessoria de imprensa do Grupo Santander informou, ontem à tarde, que não vai se manifestar a respeito do assunto.

 

Fonte: Jornal de Jundiaí 17/01/2009

 

EMERSON LEITE E FOLHAPRESS

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