O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diesse) divulgou um estudo sobre a polêmica acerca das altas remunerações pagas aos executivos e empregados de bancos no mesmo período que inúmeros países eram assolados pelos efeitos da crise financeira mundial. O estudo é intitulado “As políticas de remuneração de empregados e dirigentes de bancos e das companhias de capital aberto no Brasil” e discute os desafios apresentados aos órgãos reguladores para estabelecer regras e limites às políticas de remuneração nas instituições financeiras. Os países do G20 propuseram diretrizes para regular o sistema financeiro mundial. No Brasil, essa iniciativa foi incorporada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Banco Central, que são os órgãos reguladores e fiscalizadores das entidades financeiras e de capital aberto no Brasil. O estudo do Dieese se baseia nestes documentos disponibilizados em audiência pública pela CVM e BC. “A remuneração variável é parte importante dos ganhos dos executivos, por isso alguns destes empregados expuseram suas empresas a níveis de riscos mais elevados para obter maiores ganhos na remuneração”, destaca o economista da subseção do Diesse da Contraf-CUT, Miguel Huertas. “Além disso, com a crise gerada por um modelo de frouxa regulação, pudemos constatar que é fundamental impor regras e garantia de transparência das remunerações”, completa. “A proposta de regulamentação do BC falha ao não incluir os trabalhadores no debate, uma vez que a regulamentação não será apenas para os executivos, mas também para a maioria dos empregados dos bancos. Quanto maior a participação de todos os envolvidos, mais legítimo e transparente se torna o processo”, conclui Miguel. Para mais informações sobre o estudo, acesse na Internet o endereço: http://www.dieese.org.br/notatecnica/notatec90.xml Fonte: Contraf-CUT