Em flagrante desrespeito à sociedade, aos trabalhadores e às negociações em curso com o movimento sindical, o Grupo Santander Brasil anunciou, nesta quinta-feira (15), 400 demissões nos centros administrativos do Santander e do Real, atualmente em processo de fusão.
A prática é inaceitável diante de inúmeros fatores. Em primeiro lugar, as demissões nada têm a ver com a crise econômica desencadeada nos EUA, haja vista que a empresa desfruta de perfeita saúde financeira, inclusive no Brasil, cuja participação é de 20% do resultado mundial do grupo e com expectativa de lucrar cerca de US$ 8,5 bilhões nos próximos três anos.
Por outro lado, as agências do grupo enfrentam sérios problemas em decorrência da falta de pessoal, como excesso de serviço, demora no atendimento e filas constantes, acarretando transtornos para funcionários, clientes e usuários. Demitir nos centros administrativos é inadmissível quando inúmeros bancários já se inscreveram no programa de realocação.
Como se não bastasse a perfeita saúde financeira e a falta de funcionários, o Grupo Santander Brasil demite em pleno processo negocial com o movimento sindical. No ano passado, os representantes dos trabalhadores, cientes das consequências de fusões/incorporações de empresas, tomaram a iniciativa de propor alternativas que contemplem também os interesses dos empregados, por meio da criação de vagas e mecanismos para evitar demissões.
Dentre as propostas estão a concessão de licença remunerada pré-aposentadoria e criação de um plano de incentivo à aposentadoria, com extensão do plano de saúde e continuidade do pagamento do vale-alimentação. Reivindicações essas que visam resguardar condições e direitos de inúmeros bancários que estão em vias de se aposentar. O banco, no entanto, retarda definições e demite.
O sindicato estará realizando atividades na próxima semana com manifestações e denúncias à população, com o objetivo de pressionar o banco a rever os cortes e negociar seriamente.