ATUALIZE O SEU CADASTRO

Por Douglas Yamagata

presidente do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região

 

Passados alguns meses de governo Michel Temer, verifica-se o que já era previsto: uma política conservadora, com diminuição da participação do Estado nas políticas públicas e diminuição de direitos sociais e trabalhistas.

Infelizmente, as opções políticas colocadas para solução da crise econômica, social e política mundial seguem no mesmo caminho. Basta ver a eleição presidencial nos Estados Unidos com a ascensão de Donald Trump, cujas tendências oferecem ainda mais dramaticidade a todo o mundo.

Segue-se assim, a volta do neoliberalismo, que estava em “stand by” desde o final dos anos 1990, principalmente após a ascensão de governos progressistas e de esquerda na América Latina.

Tradicionalmente, toda crise, seja política, econômica e social, exige mudanças, mas muitas vezes, as opções escolhidas pela sociedade são ainda piores do que as anteriores. É justamente isso que vivemos neste momento.

Neste sentido, quem direciona os rumos de como o mundo deve ser e quais políticas devem ser adotadas são as grandes empresas transnacionais ligadas ao capital financeiro. São elas que ditam as regras e elegem os políticos em diversos países. Aliás, os presidentes e os congressos passam a ser meros homologadores destas políticas. Ou seja, as empresas passam a ser “donas” dos países. É o capitalismo sem fronteiras e sem travas.

Os governos que ousam valorizar um estado forte, soberano, são defenestrados. O capital passa a rotulá-lo de atrasado e corrupto.

É incoerente os países não serem mais “donos” de setores estratégicos. No Brasil, por exemplo, quem comanda a comunicação é a Rede Globo; quem comanda a telefonia é a Vivo; nossos minérios foram entregues à Vale do Rio Doce; nosso sistema de distribuição elétrica foi praticamente todo privatizado.

Agora, a intenção é entregar ao capital o Banco do Brasil, Caixa e a Petrobrás. Isso sem contar as nossas riquezas naturais, tais como o Aquífero Guarani, e quem sabe, a Amazônia. O objetivo também é transformar direitos básicos como educação, saúde e aposentadoria em mercadoria. Ou seja, viveremos um país, onde o povo não é dono de nada. Quem serão os donos são as grandes empresas transnacionais e o capital financeiro.

E o povo? O povo é quem menos interessa a eles. O povo será simplesmente força de trabalho a ser explorada, sem direitos e salários baixos. Afinal, a lógica das grandes empresas transnacionais e do capital financeiro é minimizar custos e maximizar lucro. Para isso, eles estão dispostos a tudo, sem dó e nem perdão. Sem moral e sem ética.

Douglas Yamagata – presidente do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região

Compartilhe!