Dirigentes da CUT São Paulo e das subsedes estão realizando atos em várias cidades de estado contra a Privatização da Sabesp.
Neste 22 de março, Dia Mundial da Água, o presidente da subsede da CUT Jundiaí, Douglas Yamagata, reuniu sindicatos e entidades no centro da cidade para abordar a questão.
Douglas lembra que a tentativa de privatizar uma das maiores empresas de saneamento do mundo não é fato recente, mas o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apesar das vazias propostas de campanha, de que só iria privatizar a companhia se estudos demonstrassem a necessidade de se realizar tal processo, dá sinais de que não recuará de tal projeto, oferecendo a Sabesp para financistas e milionários no Fórum Econômico de Davos.
”A CUT-SP defende o direito humano à água e aceso ao saneamento que só serão garantidos por meio de serviços públicos, com participação e controle social e, por isso, nos colocamos totalmente contra a privatização da Sabesp”.
A CUT tem ciência de que o modelo de gestão privada no saneamento, em que a busca do lucro a qualquer preço relega a prestação de um serviço público de qualidade a um segundo plano, fará com que a qualidade e o acesso à água potável e ao saneamento piorem.
Douglas lembrou que São Paulo vai na contramão do mundo, quando mais de 200 cidades de outros países, como Paris e Berlim, reestatizaram seus sistemas de água e esgoto, comprovando que a iniciativa privada acarreta tarifas muito altas, não cumpre promessas feitas inicialmente e opera com falta de transparência, entre uma série de problemas.
Confira a fala de Douglas Yamagata no Instagram
https://www.instagram.com/p/CqF9PlbB4S2/
Água não é mercadoria
Com a privatização e com necessidade de aumentar os ganhos e diminuir os custos para a empresa que ganhar a concorrência, Douglas lembra que as contas de água irão aumentar, as tarifas sociais não serão praticadas, os serviços de coleta e tratamento de esgoto, bem como de acesso à água não serão expandidos para as populações e regiões mais pobres (que não garantem “bons ganhos” para a empresa), a qualidade da água que chega nas torneiras da população irá diminuir e os nossos rios não serão despoluídos.
Esses riscos se tornam mais prováveis por conta de o serviço de água e saneamento ser um monopólio nos territórios, bem como pelo fato de que tal serviço demanda muitos investimentos e gera poucos retornos financeiros.
De tal modo, a necessidade de pagar dividendos aos acionistas da empresa irá diminuir os investimentos na qualidade e expansão do atendimento à população.
Tendência global é reestatizar
Cada vez mais cidades, regiões e países por todo o mundo estão a optar por fechar o livro das privatizações no sector da água e a remunicipalizar serviços, retomando o controle público da gestão da água e do saneamento. Em muitos casos, isto é uma resposta às falsas promessas dos operadores privados e ao seu fracasso em colocar o interesse das comunidades acima do lucro. […] Exemplo de grandes cidades que remunicipalizaram seus serviços são Accra (Ghana), Berlim (Alemanha), Buenos Aires (Argentina), Budapest (Hungria), Kuala Lumpur (Malásia), La Paz (Bolívia), Maputo (Moçambique) e Paris (França).”
fonte CUT E SEEB JUNDIAÍ