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Brasil será o maior mercado do Santander

SÃO PAULO - O Santander Brasil fechou o semestre com o mesmo peso da operação da Espanha no resultado mundial do grupo: 22%. No mesmo período do ano passado, a fatia do lucro no Brasil representava 18% do todo, enquanto a do país de origem alcançava 27%. Os resultados consolidados de dezembro de 2009 já apontavam redução na participação espanhola, que fechou em 26%, e a aceleração do Brasil para 20%.

No Brasil, pela norma contábil nacional, o 3º maior banco privado apresentou lucro líquido de R$ 2,016 bilhões no primeiro semestre, ante R$ 1,006 bilhão no mesmo período de 2009.

Já pelas normas contábeis internacionais (IFRS) o lucro saltou de R$ 2,445 bilhões para R$ 3,5 bilhões, o que significou um incremento de 44% sobre igual período do ano passado. Entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, a variação foi de 0,2%, saltando de R$ 1,763 bilhões para R$ 1,766 bilhões.

Segundo o presidente do grupo no Brasil, Fábio Barbosa, a diferença contábil é explicada pelo fato de que há uma amortização de ágio com a compra do Banco Real de R$ 1,658 bilhão. Valor que pelas normas brasileiras precisa ser descontado. Pelas regras internacionais, não.

Um dos destaques do banco foi o crescimento da carteira de crédito de 4,7% sobre os três meses anteriores e de 9,2% sobre igual período do ano passado. No ano passado, o estoque crédito era de R$ 134, 173 bilhões. Em 2010, o valor é de R$ 146, 529 bilhões.

As pequenas e médias empresas foram destaque e apresentaram alta de 4,7% no primeiro trimestre sobre o período imediatamente anterior.

Barbosa afirmou que este tipo de carteira deve ser uma das apostas do banco. Além da reestruturação da área, o Santander deve contratar 500 gerentes para atender pessoa jurídica.

Apesar desse direcionamento para a pequena empresa, a carteira que mais cresceu no semestre foi a de grandes empresas. O crédito para este segmento subiu 6,7%, com um estoque de crédito de R$ 42, 240 bilhões ao final de junho. Em 12 meses, o crescimento foi de 15,7%. “É uma via de mão dupla: o banco empresta mais porque os clientes buscam mais. Ninguém força o cliente a tomar empréstimos.”

O empréstimo para pessoas físicas também apresentou crescimento, 4,4%. O destaque, segundo Barbosa, ficou para expansão de 31% no crédito consignado no primeiro semestre frente ao mesmo período do ano passado. O financiamento de veículos aumentou 7,6% e o imobiliário, 29,6%. “O crédito para automóveis tente a se estabilizar. O comportamento de empréstimos de longo prazo é crescer menos com o tempo, pois há estoques de 15, 20 anos. É diferente do crédito de consumo: ele se renova rápido.”

O banco registrou queda nas taxas de inadimplência pelo terceiro trimestre consecutivo. No segundo trimestre, o indicador ficou em 6,6%, ante 7% registrados no primeiro período do ano de 2010. As despesas com provisões contra crédito duvidoso caíram 3,6% em 12 meses, a R$ 4,654 bilhões no primeiro semestre.

Espanha

O Santander apresentou lucro líquido de 2,23 bilhões de euros no segundo trimestre em suas operações mundiais, uma queda de 8% em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro semestre, o lucro líquido do banco somou 4,45 bilhões de euros (US$ 5,73 bilhões), 1,6% a menos que no mesmo período de 2009.

Barbosa destacou que se a economia nacional continuar a crescer, e a da Espanha, a decrescer, a operação do Brasil pode se tornar a de maior representatividade já no próximo trimestre.

“O Brasil deve crescer mais que outros países, por isso a tendência é de que o País ultrapasse a Espanha. Mas é preciso levar em consideração o 'se'.” O Santander projeta que o Brasil cresça 7,8% este ano e 4,5% no ano que vem. A previsão de inflação para 2010 é de 5,5%; já para 2011, o banco acredita em e 5%.

A América Latina respondeu por 37% dos ganhos de 4,445 bilhões de euros (cerca de R$ 10,2 bilhões) registrados no primeiro semestre deste ano. O Reino Unido correspondeu com 17% do lucro do grupo no semestre.

Cartões

O apetite do Santander pelo mercado de credenciamento é de chegar em 2012 com 10% do mercado. Para isto, o banco deve colocar R$ 5 bilhões em financiamento para as operações para lojistas. Até 21 de julho, o banco já havia credenciado 51 mil estabelecimentos e aberto 8 mil novas contas. De janeiro a junho, o número de correntistas ativos aumentou em 263 mil e ultrapassa os 10,5 milhões de clientes. A base de cartões apresentou de 1 milhão de cartões de crédito.

 

Fonte: DCI

 

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