Com crise ou sem crise, os bancos continuam faturando alto. Conforme dados divulgados nesta segunda-feira (3), o Bradesco lucrou neste 2º trimestre R$ 2,297 bilhões, o que aponta para um crescimento de 14,7%. Mas, o banco não se encabula de lançar mão de manobra contábil para rebaixar o resultado final do semestre. Ao aumentar a provisão para créditos duvidosos, o resultado no primeiro semestre do ano ficou em R$ 4,020 bilhões, contra R$ 4,104 bilhões no mesmo período de 2008, uma queda de 2,05%. A provisão feita pelo Bradesco contra possíveis perdas com créditos no trimestre passado foi de R$ 13,871 bilhões, 60,3% maior do que no final de junho de 2008. “Trata-se de uma artimanha para justamente esconder o 'tamanho' do resultado. No entanto, deve servir de estímulo a mais para os bancários buscarem a parte do lucro que ajudaram a construir com muito esforço neste último período”, avisa Pedro Sardi, secretário geral da FETEC/CUT-SP, ao lembrar que um dos eixos desta Campanha Nacional 2009 é a formulação de um novo critério para a PLR (Participação nos Lucros e Resultados), de forma a torná-la mais justa e transparente. Conforme os dados divulgados pelo Bradesco, o patrimônio líquido do banco em junho somou R$ 37,277 bilhões, um crescimento de 10,6% sobre igual período do ano anterior. A carteira de crédito total do banco em junho atingiu R$ 212,7 bilhões, uma alta de 18,1% em relação à igual período do ano anterior, mas ligeiramente menor do que os RS$ 213 bilhões de março. Os recursos captados e administrados somaram R$ 647,574 bilhões, um aumento de 17,6% em relação aos R$ 550,582 bilhões de junh o de 2008. Fonte: Juliana Satie e Lucimar Cruz Beraldo (Fetec/CUT-SP)