O vice-presidente do Bradesco, Domingos Abreu, espera que o índice de atraso nas operações de crédito continue em queda até o final do ano, atingindo entre 3,6% e 3,7% do total de empréstimos da instituição. “Esperamos alguma melhora até dezembro, mas em um ritmo menor do que o registrado até agora”, afirmou em teleconferência à imprensa para comentar os resultados do segundo trimestre. Ao final de junho, o índice de inadimplência (atrasos superiores a 90 dias) do Bradesco estava em 4%, ante 4,4% ao final do primeiro trimestre e dos 4,6% de igual período de 2009. De acordo com Abreu, a expectativa inicial do banco é que esse patamar só fosse atingido no final do ano. A melhora ocorreu em todos os segmentos de público. O nível da inadimplência entre as pessoas físicas, 6,3% em junho, já está em patamar próximo ao registrado no pré-crise financeira externa de 2008. Para pequenas e médias empresas os atrasos equivaliam a 3,8% do crédito e para as grandes, 0,5%. Apesar da melhora, Abreu acredita que será difícil retornar o índice total para o patamar anterior a crise, quando a inadimplência estava em 3,4%. “Mudamos o nosso mix de carteira. As operações para pessoas físicas e pequenas e médias empresas têm estruturalmente uma inadimplência maior”, explica. Provisões As provisões para devedores duvidosos (PDD)s do Bradesco chegaram em junho a R$ 15,782 bilhões, uma queda de 0,3% em relação ao primeiro trimestre e uma elevação de 13,8% na comparação com o estoque entre abril e junho do ano passado. Do total, R$ 3 bilhões são consideradas provisões excedentes, ou seja, acima do nível exigido pelo Banco Central. “Não vislumbramos necessidade de constituição futura de novas provisões”, avalia o executivo. As despesas para a composição dessas reservas no segundo trimestre foram de R$ 2,161 bilhões, quedas de, respectivamente, 1,2% e 30,7%. Essa queda, na avaliação do banco, decorre da melhora da qualidade da carteira de crédito. Fonte: Valor Econômico