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BB quer fazer pior que FHC

BB anuncia plano que repete piores momentos da era FHCPDF Imprimir E-mail
Contraf/CUT   
07 /08 / 2008

Sem qualquer diálogo com os funcionários e com as entidades sindicais, a direção do Banco do Brasil anunciou unilateralmente em comunicado aos administradores, no dia 1º de agosto, um novo “plano de adequação de quadros” dirigido aos bancários que trabalham nas gerências de apoio ao comércio exterior (Gecex). A medida viola a CLT e o acordo coletivo e é semelhante ao PDV/PAQ imposto em meados da década de 1990 na gestão FHC para incentivar demissões e transferir trabalhadores de forma compulsória.


Naquela época, o plano elaborado pela dupla Ximenes/Camargo provocou, em um período de dois anos (entre 1995 e 1997), a transferência compulsória de milhares de funcionários, muitas vezes para localidades a mais de dois mil quilômetros de distância, destruindo famílias e desestruturando a vida daqueles trabalhadores. Foi a experiência mais traumática vivida pelo funcionalismo em muitas décadas, levando quase três dezenas de bancários ao suicídio.


“O que o BB está fazendo agora com os funcionários da Gecex é um absurdo que lembra os piores tempos da dupla FHC/Camargo, que tinha o objetivo claro de desestruturar o Banco do Brasil para privatizá-lo”, denuncia Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários. “Além de ser implantado de forma unilateral e autoritária, o enxugamento é inconcebível neste momento em que o banco está dando lucro como nunca e anunciando fusões, o país está crescendo e o comércio exterior, área onde esses colegas trabalham, dá um grande salto. O que, afinal, essa diretoria e o governo Lula pretendem fazer com o Banco do Brasil?”


Violando o acordo coletivo


Assim como na década de 90, o PDV/PAQ da atual diretoria é voluntário apenas no nome. “Eles serão compulsórios e atingirão até mesmo representantes da Cipa, delegados sindicais e dirigentes sindicais, o que viola a legislação e o nosso acordo coletivo”, afirma Marcel.


O Artigo 6º do Acordo Coletivo em vigor estabelece: “O Representante Sindical de Base e seu suplente não poderão ser removidos do seu local de trabalho, durante a vigência do mandato, salvo em comum acordo entre ele e o Banco, com anuência do Sindicato a que esteja vinculado.”


Além disso, o novo enxugamento quebra definitivamente os compromissos assumidos pelo vice-presidente Luiz Oswaldo no início do mandato. Em reunião com representantes do movimento sindical realizada dia 30 de janeiro de 2003, Luiz Oswaldo, que foi representante dos funcionários no Conselho de Administração do banco entre 1991 e 1993, prometeu diálogo com os bancários e seus representantes. “Quero dar sinais de que as coisas vão mudar. Não vou prometer o que não é factível ou o que demora muito para sair, mas vamos descobrir um novo modelo”, disse na reunião o vice-presidente recém-empossado.


“Mas esse compromisso não foi cumprido. O que a atual diretoria e o governo Lula estão fazendo com o Banco do Brasil são atitudes que nos envergonham”, critica William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf/CUT e funcionário do BB.

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