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De janeiro a setembro, as instituições financeiras, que tem lucros bilionários, já fecharam quase 17 mil vagas

O setor bancário fechou 2.419 postos de trabalho em setembro deste ano. O expressivo saldo negativo foi resultado de 2.227 admissões e 4.646 desligamentos no mês. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. De janeiro a setembro, os bancos já extinguiram 16.879 empregos.

Em nota, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) atribui parte desse saldo negativo aos programas de desligamento voluntário da Caixa e do Bradesco. Esse último foi anunciado logo após a aprovação da reforma trabalhista pelo Senado Federal, em 11 de julho deste ano (veja aqui os senadores que traíram os trabalhadores).

A nova lei, que protege empregadores e prejudica os trabalhadores, entrará em vigor em 11 de novembro.

> Assine projeto de iniciativa popular para revogar a reforma trabalhista. 

“Os bancos continuam lucrando alto e extinguindo empregos. Isso demonstra a total irresponsabilidade desse setor com o país”, critica o Sindicato.

A defesa dos empregos bancários continua sendo uma das principais lutas do Sindicato, ressaltando que a Campanha Nacional de 2016 conquistou os centros de realocação e requalificação profissional, que devem ser criados banco a banco, para garantir os empregos dos trabalhadores, principalmente os afetados pela adoção de novas tecnologias.

A cláusula que determina a criação desses centros foi assinada pelo Comando Nacional dos Bancários e pela Fenaban (federação dos bancos) em 25 de setembro.

Nos primeiros nove meses do ano, os bancos múltiplos com carteira comercial – categoria que engloba, entre outros, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander – fecharam 9.820 vagas de emprego. Já a Caixa Econômica Federal extinguiu 6.789 postos de trabalho.

Em setembro, os bancos múltiplos com carteira comercial foram responsáveis pela extinção de 2.473 empregos, enquanto que a Caixa teve saldo positivo de 56 postos de trabalho. Foi o primeiro saldo positivo de empregos da Caixa após 17 meses seguidos de fechamento de postos de trabalho. No mês anterior, agosto, a Caixa extinguiu 2.302, e atingiu seu maior saldo negativo do ano em março, com 3.039 vagas extintas. Esses resultados se deram após a reabertura do plano de desligamento voluntário do banco público.

Ganhos com a rotatividade – Os dados do Caged mostram que os bancos continuam lucrando com a rotatividade, já que o salário médio dos admitidos é menor que o dos desligados. Em setembro, os dispensados recebiam em média R$ 7.413, enquanto que os recém-contratados entraram ganhando em média R$ 3.870, ou seja, apenas 52% do que ganhavam os que saíram do banco. No ano (janeiro a setembro), a média salarial dos admitidos (R$ 4.271,81) é de 57% da dos desligados (R$ 7.504,28).

Mulheres ganham menos – Os dados do Caged apontam ainda que as mulheres continuam ganhando menos que os homens no setor bancário. As 8.830 mulheres admitidas nos bancos entre janeiro e setembro de 2017 receberam, em média, R$ 3.515,55. Esse valor corresponde a 69,9% da remuneração média auferida pelos 8.809 homens contratados no mesmo período. A diferença de remuneração também é constatada entre os dispensados: as 17.769 bancárias desligadas recebiam, em média, R$ 6.607,35, o que representou 78,1% da remuneração média dos 16,749 homens desligados dos bancos no período.

Por estado – O maior saldo negativo foi do estado de São Paulo, com 962 empregos extintos em setembro, seguido do Paraná (-535) e do Rio de Janeiro (-244). A ordem é a mesma quando se leva em conta o saldo do ano (janeiro a setembro): São Paulo lidera com o fechamento de 4.713 postos de trabalho, seguido pelo Paraná (-2.577) e Rio de Janeiro (-1.790).

fonte: Seeb SP

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