A Contraf-CUT e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV) negociaram com a Febraban vários temas de segurança, principalmente transporte de valores, durante a terceira mediação realizada nesta terça-feira, dia 13, pelo procurador-geral do Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT), Otávio Brito Lopes, em Brasília.. A primeira reunião havia ocorrido no dia 13 de outubro e a segunda, no dia 9 de novembro, Houve avanços e nova rodada foi marcada para o próximo dia 12 de maio.
Pela Contraf-CUT, participaram o secretário de imprensa e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr e a diretora de Assuntos Jurídicos, Mirian Fochi. Também estiveram presentes o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Daniel Reis, e o secretário-geral da Fetec-CUT/SP, Pedro Sardi.
A CNTV foi representada pelo presidente José Boaventura Santos, o diretor de Assuntos de Transportes de Valores, Carlos José das Neves, e o assessor jurídico Jonas Duarte.
Pela Febraban, compareceram o diretor de Relações de Trabalho, Magnus Apostólico, o diretor de Relações Institucionais, Mário Sérgio Vasconcelos, o diretor técnico Wilson Gutierrez, o coordenador da Comissão de Numerário, Laerte Paulo Viana, o coordenador adjunto da Comissão de Numerário, Dario Ferreira Neto, o integrante da Comissão de Numerário, Lemi Carlos Figueira de Melo, e a assessora Abgail Guimarães.
Abastecimento de caixas eletrônicos
Bancários e vigilantes cobraram o fim da contagem e do manuseio do dinheiro nos procedimentos de abastecimento de caixas eletrônicos. A Febraban informou que os bancos cumpriram, em março, o prazo que havia sido estabelecido para acabar com a contagem de dinheiro pelos vigilantes.
A Febraban disse que foram implantados dois procedimentos: troca total de carga, com a “ventilação” do numerário, e troca de cassete/gaveta. Ambos duram entre cinco e oito minutos. Anteriormente, a contagem levava entre 20 e 25 minutos.
“O fim da contagem de numerário é um avanço importante”, afirmou o presidente da CNTV. “Mas o ideal é que não se abra o cassete no local do abastecimento, como aliás já procede o Itaú, colocando-se a gaveta diretamente no caixa eletrônico, como forme de proteger melhor a vida do vigilante”, defendeu Boaventura.
Os representantes dos bancos, no entanto, explicaram que não seria viável fazer essa mudança nos ATMs, nem tampouco estabelecer um cronograma ou prazo para tanto, já que a maioria dos equipamentos não permite essa operação. O diretor da Contraf-CUT pediu a realização de estudos técnicos para encontrar novas soluções tecnológicas. “Todos os equipamentos deveriam ser compatíveis com a troca do cassete, como forma de eliminar riscos e reduzir ocorrências”, frisou Ademir.
Suprimento de carros-fortes
Os bancários e vigilantes reafirmaram o perigo e o risco que cercam as operações de embarque e desembarque dos carros-fortes, propondo medidas seguras para o estacionamento dos veículos blindados e a circulação dos malotes de numerário.
A Febraban respondeu que estão em andamento estudos e adaptações nas agências para facilitar as operações de abastecimento e recolhimento de dinheiro nos bancos.
Os trabalhadores manifestaram a disposição de contribuir na melhoria da segurança no suprimento de carros-fortes, como a indicação de agências e postos onde é possível adequar as instalações para proteger bancários, vigilantes e clientes.
Transporte de valores por bancários
Tanto a Contraf-CUT como a CNTV reiteraram a necessidade de acabar com o transporte de valores feito por bancários e utilizar somente empresas especializadas para fazer essa operação. As entidades protocolaram um ofício, anexando cópias de diversas notícias sobre ataques a bancos, incluindo matérias sobre decisões do TST condenando bancos que usaram funcionários para transportar dinheiro.
A Febraban disse que os procedimentos envolvendo transporte de valores em regiões distantes estão sendo analisados, prometendo discutir o problema entre as partes.
Planos de segurança
Os representantes dos bancários e dos vigilantes defenderam o cumprimento dos planos de segurança dos estabelecimentos, com base na lei federal nº 7.102/83, que devem ser renovados anualmente, cuja fiscalização é de competência da Polícia Federal.
A Febraban declarou que está orientando os bancos quanto à renovação e o cumprimento dos planos de segurança.
Avaliação dos trabalhadores
“A terceira mediação no MPT foi positiva, pois o processo de negociação começou finalmente a andar, na medida em que percebemos que todas as partes estão buscando encontrar soluções para os problemas e abrir um canal de diálogo permanente”, destacou o secretário de imprensa da Contraf-CUT.”Esperamos novos avanços na próxima mediação, como forma de proteger a vida de bancários, vigilantes e clientes, prevenir assaltos e melhorar a segurança”, projetou Ademir.
“Observamos que foi instalado um importante processo de negociação, envolvendo a Contraf-CUT, a CNTV e a Febraban, o que abre possibilidades concretas de criar um canal de diálogo permanente entre as partes, onde os trabalhadores e os bancos venham a discutir os problemas de segurança e buscar soluções eficazes para acabar com a onda de mortes, feridos e traumatizados, em razão da falta de segurança e dos ataques a bancos”, destacou Boaventura.
Fonte: Contraf-CUT / Fotos: CNTV