A COE cobrou também o fim do processo de reestruturação e a garantia de emprego no banco
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Mercantil do Brasil
se reuniu com a direção do banco, nesta segunda-feira (18), em Belo
Horizonte, para cobrar explicações sobre as dezenas de demissões
patrocinadas pelo Mercantil por conta do processo de reestruturação, que
tem deixado todos os funcionários aterrorizados.
Na mesa, os
representantes dos funcionários cobraram o fim do processo de
reestruturação e a garantia de emprego no Mercantil do Brasil. A COE
denunciou também a falta de sensibilidade do banco, que demitiu vários
trabalhadores em pleno expediente e atendimento bancário, causando
perplexidade até mesmo nos clientes. A Comissão exigiu ainda o
cancelamento dos desligamentos de trabalhadores com problemas de saúde e
com estabilidade provisória de emprego.
O Mercantil se defendeu
alegando que encerrará o ano de 2019 com o mesmo número de funcionários
de 2018, precisamente 2.968 bancários. Afirmou ainda que, diferentemente
de outros bancos, não fechará nenhuma agência bancária e sim planeja
abrir novos postos de atendimento, por ter vencido o leilão do INSS para
atendimento aos beneficiários do órgão. O banco afirmou, em mesa, que
as demissões por conta do processo de reestruturação estão encerradas
até segunda ordem e, se houver mais demissões, serão pontuais.
Além
disso, o Banco anunciou na reunião o cancelamento da demissão de um
bancário que apresentou atestado médico posterior, e que aguardará
posicionamento do INSS para o reenquadramento do trabalhador.
Para
Marco Aurélio Alves, membro do COE, o processo de reestruturação, como
foi conduzido pelo banco, causou bastante sofrimento a todos os
trabalhadores, principalmente aos demitidos. “Não podemos admitir que um
processo de reestruturação como este seja usado para aterrorizar os
bancários. O reposicionamento de mercado deveria ser para trazer mais
garantias aos trabalhadores e não o contrário, como foi difundido pelo
Mercantil do Brasil”, afirmou.
Programa próprio de PLR
Durante a reunião, foi discutido também o programa próprio de PLR do Mercantil do Brasil para 2020.
A COE/BMB apresentou uma contraproposta solicitando a redução da meta do lucro para 2020, que mais do que dobrou em relação a 2019. Os trabalhadores também cobraram que, no pagamento de PLR 2020, sejam utilizados o salário base dos bancários e as verbas fixas mensais de natureza salarial, incluindo o valor do adicional por tempo de serviço (ATS), como ocorreu no acordo de 2019. Também cobraram que o programa próprio de PLR não seja usado para gerar cobranças abusivas por parte do banco sobre seus funcionários.
Os representantes do Mercantil afirmaram que levarão as reivindicações aos diretores executivos do banco e solicitaram o prazo de uma semana para responder às reivindicações.
Na mesa, o banco informou também que obteve um lucro de R$ 80 milhões acumulado no terceiro trimestre deste ano.
Vanderci Antônio da Silva, que também faz parte da COE, afirmou que o programa próprio de PLR do Mercantil do Brasil deve ser pensado para incentivar e melhorar os ganhos dos trabalhadores do banco. “O Sindicato não pode aceitar uma proposta de PLR que aumente desproporcionalmente as já absurdas metas. Se for prejudicial aos trabalhadores, o banco terá que recuar e aceitar a contraproposta do Sindicato.”
Fonte: ContrafCut