8 de Março de seus significados

Muito se fala sobre o dia Internacional da Mulher. Rendem-se homenagens, poemas, flores e brindes. A televisão anuncia efusivamente a data. As lojas presenteiam as mulheres com pequenas lembranças e o dia não deixa de ser lembrado pela maioria das pessoas.

Acreditamos que o dia não pode render apenas homenagens, embora bonitas e necessárias. Precisamos sempre discutir o papel da mulher na sociedade e lutar pela igualdade de gênero. Os últimos levantamentos apontam a desigualdade entre homens e mulheres no acesso ao trabalho e na remuneração, resquício do antigo modelo de submissão, que a duras penas é combatido por feministas de todo o planeta e que ainda tem um caminho a ser percorrido até sua superação.

Precisamos combater a exploração mercantil da imagem feminina nas propagandas de cerveja, bebidas, carros, etc, que tão somente projetam a mulher como objeto vinculado ao consumo.

A lei Maria da Penha foi um avanço na proteção da integridade física e moral das mulheres, que continuam sendo oprimidas nos lares brasileiros. Esta lei é um importante mecanismo a ser defendido, ampliado e aprimorado para ter o caráter preventivo e punitivo contra agressores, a fim de reduzir os alarmantes números da violência doméstica.

Precisamos mudar a cultura e educação de nossa sociedade no que se refere ao tratamento igual e digno às mulheres. Ainda existe, e isto é notável, um enorme contingente de crianças e jovens criados sob a noção de superioridade masculina e do papel secundário da mulher. Embora pareça absurdo, existem mulheres “machistas”, isto é, que subjetivamente acreditam na maior capacidade e condição masculina, que preferem ser atendidas em bancos e reparticações por homens a outras mulheres e que, muitas vezes, criticam outras mulheres, em evidência na sociedade e com posturas mais avançadas, no fundo por que estas pessoas são mulheres. Portanto, observa-se que devemos combater este aparato ideológico em todos os níveis. Os recentes casos públicos de assassinatos cometidos por maridos e namorados contra suas companheiras indicam que muitos homens ainda estabelecem com suas companheiras uma relação de posse, abominável sob qualquer ponto de vista. Estas mulheres são vítimas durante o relacionamento e quando o termina, sofrem com a violência dos ex-companheiros, pois estes não aceitam perder o domínio do corpo e mente da mulher, já que acreditam que são sua propriedade e submetidos a seu jugo.

Este é o grande significado do 8 de Março, uma data a ser lembrada pelas iniciativas e lutas que devem ser diárias e constantes pela libertação da mulher. Momento que devemos afirmar a necessária regulamentação de leis em defesa da saúde e da vida da mulher e combater todas estas formas de opressão.



Paulo Eduardo Malerba - diretor da Federação dos Bancários da CUT e funcionário do Banco do Brasil

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