A história do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região
Foto: Arquivo | Primeira Assembleia do Sindicato
As três décadas e meia de vida do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região passaram voando. Foram tantos embates pela conquista de direitos, que a velha guarda já nem se recorda qual deles teve mais impacto no cotidiano dos milhares de trabalhadores no país e, mais especificamente, na vida dos mais de 2.500 bancários que atuam nas nove cidades assistidas pela entidade.
O Sindicato de Jundiaí e região (Seeb Jundiaí) faz 35 anos num momento de indignação e condolências pela perda de milhares de vidas ceifadas na pandemia do coronavírus, e tendo como doloroso paralelo a motivação da primeira greve da categoria em 1932: a luta em defesa da saúde.
Época em que os bancários atuavam em porões fétidos e cravados no mofo. O resultado foi o adoecimento e a morte de centenas de profissionais em decorrência da tuberculose. Mas antes dessa greve, iniciada no Banespa de Santos, os bancários já eram referência de luta.
A primeira associação surgiu em 1923, em São Paulo. Nessa fase, a prioridade era criar uma identidade da categoria, que até então integrava os comerciários.
Após muitos embates, incluindo greves, negociações, confrontos com a polícia, protestos contra o golpe militar e manifestações pelas ‘Diretas Já’, os bancários foram se unindo, fortalecendo suas bases e tornando-se uma das categorias mais respeitadas e combativas do país e do mundo, haja vista fazer parte da UNI Global Union, sindicato global que representa 20 milhões de trabalhadores em 150 países.
Após a primeira grande greve nacional dos bancários, em 1985, que reuniu milhares de trabalhadores e parou o sistema financeiro por dois dias, um núcleo de jovens passou a debater a fundação de uma entidade local.
E em 25 de abril de 1986 foi fundada a Associação dos Bancários de Jundiaí e Região, que tornou-se Sindicato em 1988.
‘’Nós estávamos num momento político efervescente. Saindo de uma ditadura e lutando por ‘Diretas Já’. E a greve dos bancários de 1985 fomentou essa sede de justiça também na sociedade em nível nacional, porque todos se sentiam muito reprimidos com o golpe militar.
E foi ali, naquela greve gigantesca dos bancários, que surgiram novas lideranças, inclusive em nossa cidade’’.
Roberto Rodrigues, diretor do Sindicato, que participou da fundação em 1986, e diretor da Fetec/CUT.
Com a Constituição de 1988, a estabilidade provisória de emprego dos dirigentes sindicais foi elevada a ‘direito e garantia fundamental e social’, o que também assegurou o direito e legitimidade de luta de toda a categoria. Mas nem sempre foi assim. Os homens e mulheres que fundaram os sindicatos em décadas passadas militavam e lutavam sem garantias, sofrendo perseguição, ameaças e demissões.
‘’Com a grande greve de 85, reunimos militantes de vários bancos. Éramos uma subsede e precisávamos nos fortalecer para proteger a categoria, porque os bancos estavam demitindo quem participou da greve. Foi a partir desse grupo que fundamos a Associação’’, recorda Antonio Cortezani, historiador e diretor do Sindicato.”
‘’Chegar aos 35 anos comprova o quanto a organização sindical é importante. Parabenizo os membros da atual gestão, muitos dos quais são jovens e que, portanto, não fizeram parte da fundação, mas participaram de reuniões, de assembleias, ingressaram no Sindicato e tornaram-se importantes lideranças’’.
Vladimir Tavares, ex-diretor, presidiu o
Sindicato e hoje é advogado na entidade.
DIVIDIDA POR GESTÃO
Sul Brasileiro / Meridional/ Bozano Simonsen/ Santander
Redemocratização após o golpe militar
Sarney é presidente
Diretas Já
Plano Cruzado
Arrocho salarial
Grande greve dos bancários em 1985
Fundação da Associação dos Bancários de Jundiaí e região (1986)
Associação se torna Sindicato
Auxílio creche (1981)
Criação da CUT (1983)
Formação do Comando Nacional dos Bancários (1985)
Banespa/Santander
Collor é eleito
Collor confisca a poupança da população
“Década perdida”, em decorrência do
inexpressivo crescimento econômico
do período
Fundação do Sindicato dos
Bancários de Jundiaí e região
Vale-refeição (1990)
(Noroeste/ Santander)
Impeachment de Collor
Posse de Itamar Franco
Lançamento do Plano Real
Perdas Salariais
Vale-alimentação (1994)
Unificação dos pisos salariais (1991)
1ª Convenção Coletiva Nacional (1992)
* Mauro foi substituído pelo diretor Antonio Cortezani, em 1992, para se candidatar a vereador
Reeleito (Itaú)
Era FHC
Arrocho salarial
Reajuste zero ou abaixo da inflação
Privatizações
Reforma da Previdência
Surge a terceirização na categoria
1ª categoria a conquistar a PLR (1995
Construção da atual sede do Sindicato
Complementação para afastados por doenças ou acidentes (1997)
Verba de requalificação profissional na demissão
Inclusão da Igualdade de Oportunidades na CCT (2000)
Reeleito
Lula assume como presidente (2003)
Greve dos 30 dias com aumento acima da inflação (2004)
Avanços nas áreas sociais
Valorização do Salário mínimo
Aumento real em todas as campanhas
Inauguração da sede
1ª Campanha Salarial unificada com inclusão da Caixa e BB (2003)
BB e Caixa assinam convenção coletiva (2006)
13ª cesta alimentação (2007)
Valor adicional à PLR
*Tacão foi substituído pelo diretor Antonio Cortezani por 6 meses, em 2004, para se candidatar a vereador.
Reeleito (Caixa)
Eleição de Dilma Roussef
Protestos contra o governo Dilma
Início do golpe
Doméstic@s conquistam direitos trabalhistas
Campanhas salariais com aumento real
13ª Cesta Alimentação
Licença Maternidade de 180 dias
Combate ao assédio moral (2010)
Valorização do piso salarial (2010)
Remuneração mantida a afastados por problemas de saúde (2012)
Instalação de biombos entre clientes e caixas em agências bancárias
torna-se obrigatória em Jundiaí
Reeleito (Bradesco)
Dilma fortalece o Brasil com o pré-sal
Valorização dos bancos públicos
Contratação de concursados nos
bancos públicos e de empregados nos
bancos privados
Temer assume. Ponte para o retrocesso
Retirada de direitos trabalhistas
Reformas trabalhista e previdenciária
Aumento real acima da inflação (2014)
Bancos passam a custear cursos de CPA
Cláusula específica para combater metas abusivas
1º Acordo válido por dois anos com garantia de
todos os direitos (2016)
Banco do Brasil
Bolsonaro é eleito
Desemprego atinge mais de 14 milhões de trabalhadores
Fome e miséria voltam com força
Pandemia mata mais de 665 mil brasileiros
Censura e repressão
Retrocesso em todas as áreas
Privatizações
Acordo de dois anos, mantendo todos os direitos da CCT
Reajuste de 5% sobre salários e demais verbas, como PLR, VA e VR
Parcelamento do adiantamento de férias
3º Censo da Diversidade
Este site usa cookies para melhorar a sua experiência enquanto navega pelo site. Destes, os cookies que são categorizados como necessários são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para o funcionamento das funcionalidades básicas do site. Também usamos cookies de terceiros que nos ajudam a analisar e entender como você usa este site. Esses cookies serão armazenados em seu navegador apenas com o seu consentimento. Você também tem a opção de cancelar esses cookies. Porém, a desativação de alguns desses cookies pode afetar sua experiência de navegação.