Dos grandes bancos, o Bradesco foi o que mais expandiu os empréstimos no primeiro trimestre de 2010 - 3,1% ante os três últimos meses do ano passado. O Itaú Unibanco avançou 2,3% no período e o Santander, 1,1%. No BB, a elevação foi de 1,6%. No setor em geral, houve uma alta de 2,6%.
“Nosso objetivo é buscar um pouco mais de participação de mercado”, afirmou o vice-presidente executivo do Bradesco, Domingos Abreu, durante a apresentação do balanço no primeiro trimestre. “Mas isso dependerá muito da evolução do próprio mercado, que é competitivo.”
No Itaú Unibanco, o discurso é diferente. O diretor de Controladoria da instituição, Rogério Calderon, diz que o aumento da participação de mercado não é um objetivo em si mesmo, mas consequência da estratégia de cada instituição na área de crédito.
Ele afirmou, no entanto, que a tendência para o resto do ano é de uma expansão mais acelerada dos bancos privados do que dos públicos. “No primeiro trimestre, o crescimento dos privados já foi superior ao dos públicos”, destacou, referindo-se ao relatório do BC.
O diretor financeiro do Grupo Santander Brasil, Carlos Lopez Galán, vai na mesma linha. “Já percebemos que há clara desaceleração dos públicos e aceleração dos privados”, disse, Uma recuperação da fatia de mercado, observou, “é uma questão de velocidade”.
Agilidade. Para o analista de instituições financeiras da Austin Rating, Luís Miguel Santacreu, a agilidade característica dos bancos pequenos e médios tende a aparecer ainda mais em um ano como 2010, no qual a expectativa é de um crescimento maior do crédito às empresas do que às pessoas físicas. As i instituições pequenas têm como clientes principais pessoas jurídicas. L.M.
PARA LEMBRAR
Bancos oficias deslancharam na crise
O estouro da crise financeira mundial, em setembro de 2008, com a quebra do banco americano Lehman Brothers, praticamente secou o mercado global de crédito. O efeito foi sentido no Brasil, onde os bancos seguraram os empréstimos no quarto trimestre de 2008 e no primeiro trimestre de 2009. Para interromper esse ciclo vicioso, o governo determinou que os bancos públicos irrigassem o mercado com crédito. Um dos reflexos foi o aumento da fatia dessas instituições no bolo de empréstimos. Em 2009, os bancos públicos ampliaram o crédito em 35,5%. Entre os privados nacionais, a alta foi de 12,5%. Já os estrangeiros reduziram o crédito em 0,2%.
Fonte: O Estado de São Paulo