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O Santander não pode fazer nada por você

Na mesa de negociação, banco espanhol nega avanços aos direitos dos bancários e, o que é pior, apresenta retrocessos, como mais empecilhos para a concessão de bolsas de estudo

“O que a gente pode fazer por você hoje?” Esse é o slogan do Santander, mas ele não se aplica aos seus funcionários se for levada em consideração a postura do banco espanhol durante a quarta rodada de negociação para renovação do Acordo Coletivo Aditivo, na quarta-feira 22. O documento garante uma série de direitos exclusivos aos trabalhadores da instituição financeira.

O banco não sinalizou positivamente a nenhuma reivindicação e ainda sugeriu retrocessos: um deles é a aplicação de critérios de meritocracia para a concessão da bolsa de estudo, como avaliação comportamental (o trabalhador que levar uma advertência não poderá mais concorrer pelo prazo de um ano).

“Como é que o banco usa um direito já conquistado pela categoria e coloca critérios para transforma-lo em mais uma ferramenta de ameaça para o cumprimento de meta? Nós repudiamos isso”, critica Maria Rosani, diretora executiva do Sindicato e funcionária do Santander.

E ainda vieram com a ideia de criação de grupos para a discussão de temas relacionados à saúde e condições de trabalho. O detalhe é que isso já existe há anos com debates específicos no Fórum de Saúde e no Comitê de Relações Trabalhistas, nos quais praticamente não houve avanços nesses dois temas.

“A indignação foi geral entre os representantes dos bancários que acompanharam a negociação”, relata Maria Rosani. “Os dirigentes sindicais continuarão percorrendo as agências para conversar com os trabalhadores e explicar propostas e reivindicações. Já que o Santander pergunta o que pode fazer por você, nós respondemos: queremos avanços!”

O banco tampouco apresentou resposta quanto a renovação nos programas de participação nos lucros e resultados. “Nós reiteramos que queremos discutir as premissas do PPRS e avançar nos critérios de distribuição”, afirma a diretora executiva do Sindicato.

Para Irineu Romero Filho, o Tacão, diretor do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região, a gestão Sergio Rial está muito mal vista entre os funcionários do Santander. “Está um inferno e é só cobrança sem nenhum reconhecimento, chegou a afirmar um colega num destes dias. Muitos qualificam a sua gestão como autoritária. Não é raro encontrarmos companheiros dizendo que até sentem saudades do Jesus Zabalza. A continuar deste jeito, o Santander terá em sua história no Brasil um Jesus e um ‘coisa ruim’”, disse.

A data prevista para a próxima rodada de negociação, sugerida pelo Santander, é 6 de julho. “É uma falta de respeito o banco pedir um prazo tão grande para trazer respostas às reivindicações conhecidas há muito tempo”.

Fonte: Sindicato de SP e Seeb Jundiaí

 

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