A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) admitiu problemas no “plano de ação” de combate às desigualdades no trabalho do setor financeiro, durante a segunda reunião da mesa temática sobre a Igualdade de Oportunidades, realizada na terça-feira passada, dia 4. Os banqueiros alegam como fatores determinantes para o atraso as inúmeras fusões entre bancos que ocorreram recentemente e a crise financeira mundial, e afirmaram “estar refazendo o plano de ação para melhorar sua efetividade”. “A verdade é que o combate às discriminações pouco evoluiu em um ano. Vamos continuar cobrando dos bancos uma solução para o problema. A desigualdade é explícita no setor financeiro, principalmente em relação às mulheres e aos negros”, comenta a diretora do Sindicato Adilma Nunes. A ascensão profissional das mulheres nos bancos e as diferenças salariais entre elas e os homens, por exemplo, são uma das questões mais graves criticadas pela categoria. Mais promessas A entidade patronal prometeu que, até julho, vai implantar indicadores que permitam mensurar um diagnóstico mais preciso sobre o tema, com a adoção por todos os bancos da metodologia do IBGE para a classificação de raça, o que não ocorre hoje. Depois disso, a Fenaban promete realizar, em agosto, um levantamento de dados baseados nesses indicadores. Por fim, em setembro, será realizada uma avaliação das informações. Licença-maternidade Os bancários cobraram uma resposta para a proposta da categoria sobre o lançamento de uma campanha pela valorização junto a gestores e funcionários do aleitamento materno e da ampliação da licença-maternidade para 180 dias, conquistada na última campanha salarial. A entidade patronal disse existir “um descompasso entre os bancos a respeito do tema, o que impossibilita a parceria neste momento”. Os bancários propuseram também aos bancos que contribuam com a Campanha de Combate ao Abuso e Exploração Comercial de Crianças e Adolescentes, iniciativa da Fetec-CUT/SP, em parceria com a Contraf-CUT. A Fenaban se mostrou favorável, mas irá levar o tema até as empresas para avaliação. Uma nova reunião ficou agendada para o dia 15 de junho. Fonte: Seeb RJ
“Se os bancos continuarem a se negar a participar da campanha, vamos realizá-la isoladamente. Entretanto, vamos deixar claro para a categoria que os patrões se negaram a participar dela”, completa Adilma.