A Central Única dos Trabalhadores torna público seu repúdio à seqüência de episódios antidemocráticos que, lamentavelmente, aconteceram nos últimos dias. São demonstrações explícitas da truculência dos governos tucanos e patrões neoliberais, que podem ser comparadas às ocorridas durante o longo período do regime militar em nosso país.
Os lamentáveis fatos que ocorreram nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, especialmente, refletem o tratamento que esses governos têm dado aos trabalhadores brasileiros. A ausência de diálogo e a represália, marca registrada tucana, demonstram um comportamento semelhante ao dos interventores da ditadura militar.
A CUT, desde sua fundação há 25 anos, tem como um de seus mais fortes princípios a liberdade e autonomia sindical, e entende que a organização e a negociação coletiva são direitos inalienáveis dos trabalhadores e trabalhadoras, sejam do setor público, privado, urbano, rural, ativos ou aposentados.
Princípios como estes guiam nossa Central e nos deixam à vontade para continuar a luta contra àqueles que ferem a Constituição e que desrespeitam esses direitos por meio de ataques aos trabalhadores que atingem a dignidade do povo brasileiro.
É inadmissível a insistência dos governos tucanos em confundir a opinião pública com artifícios fascistas, com o apoio de alguns meios de comunicação que divulgam informações unilaterais, com o intuito de discriminar e criminalizar movimentos sociais.
Exemplos disso são as represálias que empresários neoliberais e o tucanato têm usado covardemente para fazer calar trabalhadores de diversas categorias. As ações de interditos proibitórios contra os bancários de todo o país, que estão em greve, é prova notória de prática anti-sindical. A truculência da PM para impedir a manifestação da CUT e dos movimentos sociais no Rio Grande do Sul, ordenada pela governadora Yeda Cruisis, e a irresponsabilidade de José Serra em São Paulo, em não receber os policiais civis em greve para negociar, colocam em risco a segurança da população.
Porém, fatos reais, deixam de ser divulgados. “O outro lado da notícia”, tem como protagonistas bancários, policiais civis, servidores da saúde, da educação e de outras categorias de trabalhadores que realizam manifestações para reivindicar direitos e para isso, buscam acima de tudo o diálogo, a negociação.
Este é o lado da CUT: o da classe trabalhadora, que é o lado do trabalho decente, digno e de uma sociedade justa. A CUT é a favor do desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho e vai continuar a luta em defesa da garantia e ampliação dos direitos de todos os trabalhadores. Não vamos nos calar frente às ameaças, pois queremos que os governos façam valer o direito à negociação de todos os trabalhadores brasileiros.
Nós temos esse direito! Somos fortes, somos CUT.
ARTUR HENRIQUE
Presidente Nacional da CUT