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Juros bancários ao consumidor sobem e batem recorde

dinheiroSegundo dados divulgados pelo Banco Central (BC), os juros cobrados pelos bancos nos empréstimos para pessoas físicas – excluindo o crédito imobiliário e rural – , subiram mais um vez no mês de setembro e registraram o maior patamar da série histórica, iniciada em março de 2011. A elevação foi superior àquela registrada pela Selic, a taxa de juros referencial da economia brasileira, a maior praticada em todo o mundo.

No mês passado, os juros bancários subiram 1,1 ponto percentual, para 62,3% ao ano, contra 61,2% ao ano em agosto. Este é o nono mês consecutivo de elevação na taxa de juros média das pessoas físicas. Em todo este ano, o aumento foi de 12,7 pontos percentuais, visto que a taxa estava em 49,6% ao ano no fim de 2014.

O aumento dos juros bancários segue a trajetória ascendente da Selic, que entre outubro do ano passado e setembro deste ano, avançando de 11% para 14,25% ao ano, uma alta de 3,25 pontos percentuais.

Os dados do Banco Central demonstram então que os bancos elevaram suas taxas de juros ao consumidor de forma mais intensa. Em setembro do ano passado, antes que o BC voltasse a elevar a Selic, os juros bancários para pessoas físicas estavam em 49,2% ao ano, avançando para 62,3% ao ano em junho – um aumento de 13,1 pontos percentuais, ou seja, mais do que quatro vezes a alta da taxa Selic.

Segundo um levantamento feito pela consultoria Economatica para a BBC Brasil, apesar da desaceleração econômica, a rentabilidade sobre patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no Brasil foi de 18,23% em 2014 – mais que o dobro da rentabilidade dos bancos americanos (7,68%).

Já a taxa de juros média de crédito de todas operações (pessoas físicas e empresas), ainda somente com recursos livres, ou seja, sem contar crédito habitacional, rural e do BNDES, subiu de 45,4% ao ano em agosto para 46,2% ao ano em setembro deste ano – também o maior patamar da série histórica, que tem início em março de 2011.

A taxa das operações de pessoas jurídicas, com recursos livres, avançou 0,8 ponto percentual em setembro, para 29,3% ao ano. Com isso, também atingiu o patamar mais elevado da série histórica, que começa em março de 2011.

Por sua vez, a inadimplência das famílias, considerados atrasos superiores a 90 dias, subiu 0,1 ponto percentual para 5,7%. Já para as empresas, a inadimplência caiu 0,1 ponto percentual para 4,1%.

As taxas de juros que mais subiram para as famílias foram a do cartão de crédito e do cheque especial, que chegaram a 414,3% ao ano e a 263,7% ao ano, respectivamente. A taxa do cheque especial subiu 10,5 pontos percentuais e a do rotativo do cartão de crédito, 10,8 ponto percentual, de agosto para setembro.

A taxa para a compra de veículos subiu 0,8 ponto percentual para 25,6% ao ano. Já a taxa do crédito consignado caiu 0,2 ponto percentual para 27,6% ao ano.

Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.

No caso do direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) a taxa média de juros caiu 0,1 ponto percentual para pessoas físicas (9,8% ao ano) e 0,8 ponto percentual para as empresas (9,7% ao ano). A taxa de inadimplência do crédito direcionado ficou estável tanto para empresas (0,7%) quanto para pessoas físicas (1,9%).

O saldo total do crédito chegou a R$ 3,160 trilhões, com alta de 0,8% no mês e de 9,1%, em 12 meses. O saldo do crédito livre chegou a R$ 1,608 trilhão e o direcionado a R$ 1,551 trilhão.

Fonte: SEEB Jundiaí com Fetec-CUT/SP e Portal Vermelho

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