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Eduardo Guimarães: “Temos que ter pensamentos humanistas”

Na tarde deste sábado 28, o 10º Congresso da FETEC-CUT/SP , abordou o tema comunicação, com Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania – que se identifica como alguém que não tem ligações político partidárias, mas ter pensamento progressista. “Ser de esquerda num país como o nosso, com tanta desigualdade social e pobreza é quase uma obrigação. Temos que ter pensamentos humanistas”, disse.

Para o convidado, não há saída para as crises políticas e econômicas que não passe pela distribuição de renda e de oportunidades. “Acreditar que é possível vencer honestamente na vida tiraria milhões de jovens de caminhos errados. Grande parte dos jovens pobres não têm esperança; os governos Lula e Dilma lhes deram esperança de que é possível vencer. A distribuição de renda promovida nos últimos 12 anos só é possível num governo de esquerda”, reforçou.

Sobre o momento político, Guimarães o nomeia como preocupante, com a queda brusca da popularidade de Dilma e as disputas das ruas. “As pessoas cederam a um discurso radical extremamente perigoso. A partir de meados de 2013, as ruas começam a ser disputadas por grupos de esquerda, mas também por fascistas. O fascismo saiu do armário”, afirmou.

O blogueiro também falou sobre a corrupção e a criminalização seletiva: “A corrupção existe em qualquer partido e não é possível acreditar que os esquemas com as empresas começaram só agora”. E reafirmou: “Em nosso país, o problema central é a desigualdade social. Se resolvermos isso transformamos o Brasil. Enquanto 10% da população tiver 50% da renda vai ser impossível administrar o país e a violência urbana vai continuar crescendo”.

Democratização da mídia

Eduardo Guimarães fundou em 2007 a ONG Movimento dos Sem Mídia, inspirado no modelo de comunicação do Brasil, que é comandada pelos “quatro Cavaleiros do Apocalipse”, como ele mesmo nomeou. “São quatro famílias que construíram suas fortunas à sombra do estado. A Globo cresceu à sombra da ditadura militar. Poucos sabem, mas o pai do Roberto marinho ganhou do ex-presidente Juscelino a concessão da emissora. No ano seguinte do início do regime militar, a Globo foi fundada e se tornou o veículo oficial de divulgação ditadura, com equipamentos de última geração”, contou.

Segundo Guimarães, o sistema brasileiro de distribuição de licenças é arcaico e precisa ter mais concessões e conteúdo local.

Para a secretária de imprensa da CUT/SP, Adriana Oliveira Magalhães, o movimento sindical precisa agir. “A comunicação sindical não pode viver apenas de pautas corporativas, que são importantes. Ela também deve ter o objetivo de conscientizar e politizar. Temos que disputar os espaços de políticas públicas de comunicação, disputar os conselhos municipais e ficar atentos às concessões de rádios e TVs comunitárias. Disputar as verbas públicas. Temos várias mídias, mas não temos acesso aos recursos públicos”. E completou: “Comunicação não pode ser vista como custo. Comunicação é investimento. Temos que pensar nossa comunicação em termos de conscientização e disputar a hegemonia, transmitir nossos valores”.

Fonte: SEEB Jundiaí com Fetec-CUT/SP

 

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